10 de março de 2010

Praticam o bem as pessoas que trabalham para o aperfeiçoamento de hábitos e costumes, promovendo sua evolução.

O livre-arbítrio é faculdade espiritual controlada pela vontade e, quando bem usada, orientada pelo raciocínio. Quanto maior for o poder de raciocinar, tanto mais fácil se torna o governo do livre-arbítrio.

Livre-arbítrio quer dizer liberdade plena de ação, tanto para o bem quanto para o mal.

Praticam o bem as pessoas que trabalham para o aperfeiçoamento de hábitos e costumes, promovendo sua evolução. As que,por ações ou pensamentos, fazem retardar essa evolução, incidem no mal que acabará, cedo ou tarde, por atingi-las, com maior ou menor dureza.

A faculdade do livre-arbítrio começa a despontar quando a partícula inteligente ascende à fase evolutiva que lhe dá condições de encarnar em corpo humano. Nessa fase, como é compreensível, o conhecimento sobre o processo da evolução é incipiente. A pessoa, porém, já possui consciência do bem e do mal.

O mau uso do livre-arbítrio resulta da curta capacidade de raciocinar, da aquisição de vícios e maus costumes e do cultivo de sentimentos inferiores.

Sob a influência dessas perniciosas aquisições, inimigas da saúde e da evolução espiritual, a pessoa fica saturada de vibrações inferiores que a fazem perder o respeito por si mesma, levando-a a cometer atitudes reprováveis. Todo mal cresce de vulto quando praticado conscientemente, e quem assim procede terá, sem nenhuma dúvida, um triste e doloroso despertar.

Usar o livre-arbítrio como instrumento contra o semelhante, utilizar-se dele para injuriar, intrigar, escarnecer, caluniar e desmoralizar o próximo constitui erro da mais alta reprovação. Fujam os seres, o quanto possam, da justiça terrena, tantas e tantas vezes falha na apreciação dos feitos humanos, mas, jamais escaparão às sanções espirituais que os farão colher, no devido tempo, o fruto das sementes que houverem lançado na Terra.

Não é um tribunal astral, como se poderá supor, que vai impor ao faltoso a justiça espiritual. É o próprio espírito desencarnado que a ela voluntariamente se submete, no momento em que – no mundo espiritual a que pertencer, livre de todas as influências deste planeta – procede a detido exame de seus atos, quando nem um só escapa à sua apreciação e ao seu julgamento. O remorso, nessa ocasião, lhe queima a consciência, como se sobre ela tivesse sido posto um ferro em brasa.

Dominado pelo arrependimento, o espírito anseia por nova encarnação, disposto a dar o máximo de si para recuperar, o mais rápido possível, o tempo que perdeu na Terra. A queimadura de alto grau produzida pelo atrito da luta íntima entre a constatação do mal praticado e a consciência do dever deixado de cumprir faz trabalhar o raciocínio, exercitando-o e desenvolvendo-o.

A perversidade é uma demonstração inequívoca da falta de esclarecimento espiritual. Ela significa não estar o espírito ainda convenientemente lapidado, e torna claro que suas vibrações são idênticas às das camadas espirituais de reduzido desenvolvimento do senso humanitário. O livre-arbítrio da pessoa, em tais circunstâncias, reflete, no desacerto da orientação, o estado evolutivo do próprio espírito.

À medida que cresce a intensidade da vibração do espírito, vai diminuindo a possibilidade de ele deixar-se empolgar pelas correntes vibratórias de inferior espécie e de praticar ações que a consciência reprove.

Portanto, o espírito vibra com a intensidade correspondente ao seu grau de progresso. Quanto maior for essa intensidade, mais acentuado é o conhecimento da vida, mais evidente o poder de ação espiritual, mais seguro o controle dos atos humanos e mais apurado o uso do livre-arbítrio.

Do Livro Racionalismo Cristão