26 de março de 2010

O Humanismo é um interesse emanante pelo bem comum, é um senso de felicidade que proporcione bem estar ao semelhante.

O humanismo entendido no sentido literal do vocábulo, cria deveres recíprocos do ser humano para com a humanidade. Ele é amor ao próximo, é esforço de colaboração, é solidariedade operante, é harmonização espiritual, em busca de equilíbrio. Quem pode ser humanista sem amor ao próximo e vice versa, quem pode ter amor ao próximo, sem ser humano? Humanismo é um interesse emanante pelo bem comum; é um sentido de felicidade contaminante, em que a coletividade sã procura manter sadio o seu agrupamento. E o socorro mútuo, na defesa do bem contra o mal. O sentimento de humanismo estabelece a coesão dos indivíduos em torno de um objetivo elevado. Ele congrega, vitaliza, constrói; é o antídoto do egoísmo, porque enquanto este faz convergir a atenção para si, aquele se volta exclusivamente para o semelhante. O espírito de humanidade revela que o indivíduo não é um todo, mas uma partícula do Todo, cooperadora, ativa, operosa e participante da atividade cósmica.

Ser humanista é ter o espírito sensível aos problemas alheios, procurando compreendê-los, para dar-lhes o medicamento adequado. Tais problemas são quase sempre formados pela ação psíquica. Há, por isso, necessidade de conhecer-se psiquicamente, para se poder praticar o verdadeiro sentimento de humanidade. Todos quantos se encontram desarvorados na vida, desnorteados, desajustados, estão precisando de orientação esclarecedora e devem ser encaminhados para estudos espiritualistas que os direcionem.

Não pode haver ação mais nobre do que arrancar um indivíduo do vício, da malandragem, da intratabilidade no meio social ou familiar, transformando-o em outro ser, e vê-lo depois consciente das suas obrigações, a cultivar a moral cristã e a produzir para a coletividade.

O Racionalismo Cristão é uma escola onde se pratica todo bem, no verdadeiro sentido; o trabalho ali desenvolvido para tal fim redunda na recuperação individual, na regeneração de hábitos e costumes, na disposição inabalável, por conhecimento de causa, de tornar o ser outrora desviado do bom caminho, um novo elemento de formação plenamente consciente, pronto a exercer as suas funções normais na oficina da vida.

Este aspecto que o Racionalismo Cristão apresenta do humanismo é o que vem sendo demonstrado através de numerosos ensinos largamente divulgados. O indivíduo que se sente desamparado, ao receber uma dádiva de qualquer espécie se reabilitar no meio em que vive, terá ocasião de verificar a sua participação na Vida Total da qual é uma partícula componente. Nesse caso, o enobrecido bem recebido não é uma humilhação, mas um estímulo, uma renovação, uma integração no seu verdadeiro posto.

Portanto, se a Inteligência Universal trabalha, incessantemente, em todo o Universo, como é fácil de constatar, nenhuma de suas partículas, sem quebra das leis naturais, pode manter-se inativa, ociosa, indiferente, improdutiva, a sugar a energia alheia, sem que lhe advenham funestos resultados. Contribuir para que tais criaturas permaneçam nesse estado, é entrar em conivência com elas e arcar com as responsabilidades decorrentes. Há ocasiões em que a esmola oferecida pode levar o pedinte, assistido com palavras evocativas de estímulo e fortalecimento, a aproveitar a oportunidade de gravar, no subconsciente, uma semente de iluminação espiritual.

Muito tempo se passará antes que o mundo compreenda o verdadeiro significado dos gestos de altruísmo e solidariedade. Seria uma ilusão pensar que de um dia para o outro a humanidade modifique o seu entendimento correlação aos gestos de humanismo, mas com o devido tempo a humanidade despertará para as realidades da vida.

Eis a diferenciação entre o falso e o verdadeiro. Com o tempo, a luz se fará no mundo. A Verdade terá sempre que resplandecer, embora custe, mas nenhum entrave poderá impedir o seu progresso.