17 de março de 2010

Os graus de espiritualidade diferem uns dos outros.

Os graus de espiritualidade diferem. Daí, a diferença entre os temperamentos dos próprios seres componentes da mesma família. Há diversos gênios, diversas inclinações, umas boas, outras más, gênios exaltados e moderados, e no entanto, pertencentes todos a uma mesma família. É que não é o sangue que fala, não é o corpo, não é a matéria que tem aí preponderância, mas sim o espírito. São por vezes todos filhos do mesmo pai e da mesma mãe e, portanto, possuidores do mesmo sangue, vivem debaixo do mesmo teto, recebem a mesma educação. Sendo diferente, o espírito reflete sempre a sua espiritualidade na maneira de pensar, na maneira de agir, no temperamento, enfim.

Há espíritos rebeldes, difíceis de serem educados e há outros dóceis, maleáveis; há espíritos que, apesar da educação ser a mesma, com a mesma severidade, ou mesma doçura, tornam-se sempre irritadiços, revoltados, porque o seu temperamento espiritual assim o exige. Razão por que recomendamos àqueles que têm filhos, para bem educá-los, observando-lhes o temperamento, e não fazer uma regra geral na sua educação. Se um é levado de uma maneira, outro não pode ser levado da mesma maneira; é preciso estudá-los nas suas inclinações e no seu temperamento. Podem muitos pais não darem a devida importância para esse fato, mas tem tanta e tanta importância na formação de um caráter que todos os pais devem ter o máximo cuidado de observar. Exigir que todos os filhos sejam obedientes como foi o mais velho, como foi o segundo ou o terceiro, ou o último, é um erro. Não devem exigir. Devem, sim, conseguir de certa maneira, de certo modo, com certo jeito que eles sejam obedientes. Se um obedece facilmente e o outro é teimoso e foge à obediência, procure o pai ou a mãe a maneira mais fácil de fazer com que esse filho se torne obediente, falando-lhe à alma, ao espírito; se ele não vai com severidade, irá, naturalmente, com doçura, tocando-lhe na corda sensível e ninguém melhor do que a mãe, a mãe experiente, sabe fazer isso.

A educação de uma criança não é tão fácil como parece. A mãe, principalmente, que está em convívio com os filhos, desde manhã até a noite, pode observar melhor, e assim também melhor guiá-los.

Há nos arroubos infantis muitas coisas a observar; é desses arroubos que os pais tiram os elementos de que carecem para bem formarem o seu caráter. E notem bem que da formação do caráter de um espírito depende a sua felicidade futura, o seu êxito na vida.

Há muita gente que desconhece o valor da espiritualidade e muita gente até que despreza a espiritualidade, porque vive uma época puramente materialista, onde o materialismo embota o raciocínio e a razão, onde o gozo perturba os sentidos, onde a vida turbulenta, desenfreada, torna os homens bastante materializados, mas a espiritualidade na vida dos seres tem uma importância considerável. É no espírito que reside tudo, é o espírito que movimenta o corpo, o espírito é luz, é inteligência, veio encarnar para fazer algo, não veio para perder o seu tempo, pois, muitas vezes, um espírito perde uma encarnação preciosa somente porque não encontrou na Terra quem o soubesse guiar, quem o soubesse instruir, quem o soubesse encaminhar para a vida.

É um crime ter-se um espírito superior sob a sua tutela e não se fazer tudo para que vença, para que progrida, para que seja feliz. A espiritualidade deve ser encarada, não sob o aspecto do espiritismo, que muita gente procura por curiosidade ou para satisfazer um desejo, uma vontade absurda qualquer. A vida fora da matéria, a vida psíquica, o valor do pensamento têm mais importância para aqueles que estudam e raciocinam, para aqueles que se interessam pelas coisas espirituais.

Materialmente, tudo se vê, tudo se explica, porque se pode apalpar, mas espiritualmente, só se pode ver, só se pode sentir quando se procura investigar e quando se procura estudar com afinco. Vemos a humanidade tão embrutecida, tão esquecida de que possui em si uma centelha de Luz!

É preciso que a humanidade se convença de que, enquanto for puramente materialista, não pode progredir, não pode se sentir feliz, não pode gozar daquela paz de espírito que só antegozam aqueles bem formados e que têm a consciência do dever cumprido.

Trate, pois, cada um de sua espiritualidade. Procurem dar aos seus filhos a educação de que eles carecem, vendo neles não somente os pedacinhos de carne, mas os espíritos que prometem, espíritos que merecem um futuro risonho, de paz, de tranqüilidade espiritual e de progresso.

Estudai-os bem e enalteçam seus espírito para que possam lograr de paz espiritual.

Luiz de Mattos.