Antonio
Cottas nasceu em Portugal no dia 19 de novembro de 1892, e faleceu em 12 de
junho de 1983, no Brasil.
Aos vinte e cinco anos de idade, conheceu o
Racionalismo Cristão. Em 1922, quando foi escolhido por Luiz de Mattos como seu
sucessor, já colaborava intensamente na administração material e na condução
dos trabalhos espiritualistas da Doutrina por delegação do grande mestre, que
passou a dedicar-se exclusivamente à codificação dos princípios racionalistas
cristãos até seu falecimento em 1926.
Antonio Cottas assumiu então a presidência da
Doutrina, onde permaneceu por cinqüenta e sete anos, realizando obra
gigantesca. Consolidou seus grandes alicerces ─ os princípios e a disciplina ─
e sob sua mão tutelar floresceram muitas casas racionalistas cristãs.
Foi o mais fiel discípulo de Luiz de
Mattos, tornando-se um lutador incansável pelo esclarecimento da humanidade.
Dedicou-se de corpo e alma à Doutrina a ele confiada. Divulgou os ensinamentos
do Racionalismo Cristão através das doutrinações que fazia durante as reuniões
públicas realizadas na Casa-Chefe e nas demais casas racionalistas cristãs
visitadas, e de correspondências, muitas delas compiladas nos vinte e seis
volumes do livro intitulado Cartas doutrinárias. Solidificou os recursos
financeiros então deixados pelo fundador Luiz Thomaz, destinados à sustentação
material da Doutrina à época.
Dotado de extraordinário valor moral e de
inquebrantável caráter, transbordava nele o entusiasmo, sempre aplicado aos
interesses racionalistas cristãos, sem jamais falar de si, elogiar o seu
trabalho ou fazer alarde do seu nome.
Confiante nas horas difíceis, venceu todas
as batalhas travadas em defesa da Doutrina, e suas iniciativas se encaminhavam
sempre ao desejado êxito.
Não havia quem não o respeitasse, porque ao
afeto de todos se impunha pelo trato distinto, além da bondade que era inata em
seu espírito renunciante.
Dos títulos com que foi distinguido, o de
que mais se orgulhava era o de Cidadão Brasileiro, concedido pelo presidente da
República Federativa do Brasil, em 8 de agosto de 1939. Dentre as honrarias recebidas, destacam-se:
Cruz de Benemerência, outorgada pelo Governo de Portugal no grau de Comendador;
Cidadão Benemérito do Estado da Guanabara, hoje cidade do Rio de Janeiro;
Cidadão Carioca; Cidadão Benemérito do Estado de Minas Gerais; Grande
Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura, mais tarde elevado ao honroso
cargo de 1° Vice-Presidente Emérito; e Sócio fundador da Associação Brasileira
de Imprensa ─ ABI.
Antonio Cottas, apesar de agraciado com
títulos e distinções, foi, durante sua longa vida física, homem simples,
desprovido de vaidade.