25 de março de 2010

A disciplina no viver é fator preponderente para o êxito nos empreendimentos e ações cotidianas.

O Universo é todo disciplina. A pontualidade com que os astros fazem os seus movimentos é o resultado dessa disciplina. Um universo sem disciplina seria caótico. A disciplina estabelece a ordem, e esta sustenta o progresso. O lema da bandeira nacional do Brasil, “Ordem e Progresso”, é bem expressivo a esse respeito.

Um programa de trabalho, um método de ação constituem disciplinas que presidem atividades. Os empreendimentos vitoriosos são aqueles que se firmam em bases disciplinares. A disciplina educa o espírito, economiza, reduz o esforço e aumenta o rendimento do trabalho, dando-lhe eficiência e aperfeiçoamento. A disciplina é observada até na vida dos insetos. Veja-se como procedem as abelhas e as formigas na luta pela vida, pondo em execução simples regras da disciplina. Toda organização se baseia na disciplina.

A disciplina põe ordem nos pensamentos, coordena a argumentação, estabelece escala para as tarefas e ocupações e conduz a conclusões seguras, no desempenho de qualquer atividade. O indivíduo indisciplinado se prejudica, quando nele se constatam gestos de desperdício de energia, inconstância de vontade, irregularidade de ação. O indisciplinado é geralmente impontual, outra característica que contraria a boa formação moral. Ele, além de ser desorganizado, comete o abuso, não raro, de faltar com o respeito a si mesmo, pois é descuidado com a sua pessoa e desatencioso na convivência social, pela força do hábito de não manter em dia os seus compromissos.

A espiritualidade reclama a presença da disciplina na interpretação de seus postulados. Os horários, os tratamentos médicos, as dietas estão subordinados à disciplina. A vida disciplinada é uma garantia para a saúde e para o progresso. Todo ser disciplinado inspira respeito e acatamento. No exercício da vida funcional, tomam os primeiros lugares na seleção os indivíduos que demonstram, pela disciplina, a consciência do dever.

A disciplina não se afina com o “mais ou menos”, o “pode ou não pode ser”, com a instabilidade, com a incerteza e a vacilação. Ela é positiva, segura, imprime confiança e traduz decisão e obediência. Se houvesse mais disciplina no ritmo da vida humana, o rendimento seria maior e os resultados mais compensadores. É de boa compreensão, acerca dos afazeres, das imposições que o mundo faz, que a disciplina se torne uma prática essencial, desde que se queira proceder corretamente e tirar da vida terrena o melhor proveito possível.

A disciplina é norma de retidão. Não há desculpa alguma para alimentar a displicência gerada pela indolência e irresponsabilidade. Ninguém é indisciplinado por fatalismo ou débito a saldar, mas pela negligência do espírito, por comodismo doentio, por deficiência pessoal. Os que se afastam da disciplina contrariam as leis naturais, agem desarticuladamente, alteram a ordem cronológica e concorrem para a orgia dos trabalhos, para o tumulto das obrigações e para os distúrbios que se verificam na marcha das operações laboriosas.

A indisciplina, que gera mal-estar, contrariedades, reclamando esforços retificadores, absorve tempo, energias, gastos inúteis, e traz desassossego ou intranqüilidade. Ninguém tem o direito de malbaratar valores, como os que se prendem ao aproveitamento das atividades planejadas com disciplina, e que, totalmente ou em parte, se venham a perder por insuficiência de ordem, método e responsabilidade.

Os atos de disciplina doméstica não precisam ser pautados dentro de um rigorismo extravagante, com instituição de penalidades pesadas, pois o caso mais se ajusta à educação, que se deve ministrar com afetividade. A educação disciplinar areja a mente, de vez que, controlados os pensamentos, deixam as criaturas de meditar dispersivamente, podendo, como convém, orientá-los num sentido construtivo, elevado e digno de ser focalizado.

A mente arejada concorre para a higiene da alma e para a saúde do corpo. Assim, a disciplina introduzida no esquema dos hábitos e costumes ecoa em todos os setores da atividade humana, sacudindo as tendências viciosas de indolência e de desordem. Sem fanatismo, a disciplina deve ser observada com critério, com a tolerância de alma generosa, mas sem permitir, por questão de fraqueza, pieguice ou enganosa bondade, que as concessões esporádicas abram precedente para desmoralizar a ação disciplinadora.

O indisciplinado não se apresenta, no plano astral, quando chegar o momento, com fisionomia tranqüila e a expressão descansada de quem se portou na Terra à altura dos seus indeclináveis deveres. Esta circunstância deve ser encarada com atenção, pois é de grande importância para todo indivíduo que, ao apresentar-se diante de almas evoluídas, não se tenha de envergonhar das suas ações desordenadas.

Os atos terrenos precisam ser pesados com discernimento, devendo estar todos certos de que eles produzirão os frutos, mais tarde, da natureza das sementes. Semear indisciplina significa formar canteiros variados de muitas essências venenosas e tóxicas, que passarão a ser absorvidas pelo próprio agente. A semeadura é voluntária, mas a colheita é obrigatória no terreno da lei de causa e efeito.

Ninguém se deve portar no mundo como um irrefletido, um inconsciente, que nada procura ver com os olhos da visão astral. Uma vez que todos são espíritos, embora encarnados, devem fazer esforço para enxergar com os olhos espirituais, que são reais, que estão presentes e que não iludem; essa visão é iluminada pela mente, pelo raciocínio claro, pela sensibilidade psíquica e pela espiritualidade.

Os seres esclarecidos sobre a verdade espiritual exposta ao alcance de todos não se deixam iludir pela falsa retórica de apoio à indisciplina. Há os que se gabam de não se submeter à disciplina, por parecer-lhes, erroneamente, que toda subordinação é uma restrição à liberdade. Todos, até a Força Criadora, estão subordinados às leis naturais e imutáveis, e quem quiser quebrá-las, passando desdenhosamente por cima delas, sofrerá as conseqüências torturantes da transgressão.

A disciplina faz parte de um dispositivo legal do conjunto das Leis Supremas, e aqueles que a adotam e praticam colaboram com o movimento harmônico das forças do bem, do progresso, da evolução.