10 de março de 2010

As sociedades bem constituídas têm como base a família.

Quando as famílias se distinguem pelo cultivo das superiores qualidades do espírito, sua contribuição para elevar os índices de aprimoramento das coletividades é relevantíssima.

Assim como a força de coesão mantém unidas as células do corpo humano, também as famílias necessitam ligar-se umas às outras como células de um todo, e compor uma sociedade homogênea, progressista e pacífica, inclinada ao desenvolvimento das mais significativas virtudes. Essa união só poderá resultar da afinidade de sentimentos elevados, das nobres aspirações alimentadas, da solidariedade nos atos de aperfeiçoamento e na conjugação dos esforços empregados em benefício de todos.

Quanto maior for o número de núcleos familiares a desenvolver entre si essa harmonia tanto mais altos serão os índices de moralidade e honradez no meio ambiente.

O comportamento da coletividade, refletindo o estado da maioria dos seus componentes, representa o nível médio do aperfeiçoamento de um povo, revelando sua capacidade produtiva e realizadora, tanto no campo material como no espiritual.

Nessas condições, cresce de importância a constituição da família, atra vés do verdadeiro entrelaçamento espiritual e material dos cônjuges para as responsabilidades do lar e a perpetuação da espécie.

Aos que se casam é indispensável a compreensão de que os deveres e direitos de cada cônjuge são iguais e complementares na estruturação da família. É na associação de interesses voltados para o mesmo fim, sentidos com inteligência e realizados com dedicação, que se formam e consolidam os laços espirituais que unem o casal. Então, ao constituir família, os cônjuges devem estar decididos a honrá-la e a dignificá-la. Cometem grave erro se, por ação ou omissão, contribuem para a ruína do lar e o desmoronamento da família.

As coletividades, de que se formam as nações, serão grandes e respeitadas sempre que os fundamentos de sua constituição moral, representados pelos elos espirituais que ligam as famílias umas às outras, possuírem um liame suficientemente forte para repelir as influências perturbadoras produzidas pelas vibrações da egolatria, da corrupção, do sensualismo desenfreado e da imoralidade.

Sendo o núcleo em que devem ser exercitadas as virtudes do afeto, da lealdade, da fidelidade, da tolerância, do desprendimento, da renúncia, do respeito e da comunhão de sentimentos, o lar é uma escola de aperfeiçoamento espiritual e um campo de desenvolvimento psíquico. Como os erros são fáceis de cometer e difíceis de reparar, impõe-se, para evitá-los, permanente vigilância.

Entre os cônjuges precisa haver absoluta confiança. Para isso, é necessário que ajam sempre com franqueza. Nenhum ato devem praticar de que se possam envergonhar intimamente e que se preocupem em esconder. Embora grandes, as responsabilidades que pesam sobre um casal não são maiores do que a sua capacidade de suportá-las.

A vida no lar será muito mais feliz se cada cônjuge fizer jus à confiança irrestrita e ao apoio moral do outro. A fidelidade e o cumprimento do dever perante a família dignificam o caráter e refletem a conduta traçada no plano espiritual para uma existência.

Pensamentos honestos e força de vontade são recursos poderosos que devem usar para proteger-se das investidas de espíritos do astral inferior que tentam envolvê-los nos fluidos perniciosos de suas correntes, tão logo percebam a afinidade de um sentimento
inclinado à prevaricação.

A mulher e o homem se completam no lar como duas medidas de compensação, sendo necessário que haja esforço permanente para desempenharem bem o seu papel. Unidos, irão cumprir a árdua e dignificante tarefa; distanciados, semearão discórdia e desentendimento, e a obra ficará por fazer. Assim, os que se unem pelo casamento têm o dever de auxiliar-se mutuamente, sob a influência das vibrações harmônicas do entendimento e da compreensão.

Uma das mais nobres e elevadas missões dos casais é a educação dos filhos. Na obra de edificação espiritual da humanidade desempenha ela um papel da maior relevância, no cumprimento da qual precisam esforçar-se por orientar os filhos nos moldes de uma conduta moral impregnada de virtudes.

As crianças possuem subconsciente amoldável, o que as torna sensíveis a receber a influência da orientação que lhes for ministrada – educação que deve ser pautada nos princípios de honestidade, de amor ao trabalho e à verdade para se tornarem, no futuro, bons cidadãos.

Do Livro Racionalismo Cristão.