6 de maio de 2010

A moral cristã é o poderoso sustentáculo da constituição da família ‑ núcleo respeitável que representa a pedra angular da espiritualização de um povo

Entende‑se por moral, no sentido amplo, a observância dos bons hábitos e costumes na vida humana de relação, em que sobressaem as atitudes de decência, honestidade, pudor, justiça e eqüidade.

Varia o conceito da moral entre os povos, segundo a tradição, o temperamento, a étnica, a posição geográfica e os fundamentos religiosos.

O que constitui preceito moral para uns, nem sempre está de acordo com o entendimento de outros, conforme aquela variação conceitual exposta. Como exemplo, vale citar o caso da poligamia, da existência de haréns, do senso acerca do nudismo e da mercantilização do casamento.

Os países cristãos têm a sua moral baseada nos ensinamentos de Jesus, denominada moral cristã.

Essa moral é seguida pelo Racionalismo Cristão, em toda a linha, por reconhecer nela que o respeito ao próximo, a igualdade de direitos e a ampla consagração fraterna, são esteios que se aprofundam na firmeza da justiça emanante, e na grandiosidade do amor espiritual.

A moral cristã é o poderoso sustentáculo da constituição da família ‑ núcleo respeitável que representa a pedra angular da espiritualização de um povo ‑ pois ali é que germinam as idéias sadias, os conselhos construtivos, as diretrizes da evolução.

Se o sentido da moral cristã fosse melhor compreendido e cumprido, a humanidade estaria desfrutando todas as dádivas espirituais cabíveis, e o mundo seria um pouso refrigerante para as almas encarnadas.

Para processar‑se a evolução dos seres, não seria preciso que a Terra oferecesse os amargurantes meios que se constatam, pela precária aplicação da moral cristã nos atos da vida. A evolução tem de efetuar‑se seja por bem ou por mal. Infelizmente, a humanidade prefere que seja por mal.

A moral cristã é a bandeira sob a qual devem perfilar‑se aqueles que realmente querem evoluir pelo caminho do bem.

Os estudiosos do Racionalismo Cristão têm a convicção de se haverem colocado sob essa bandeira, e fraternalmente acenam para os seus semelhantes, transviados ou não, para que se aproximem desse estandarte e assumam o compromisso de viver no rigor das normas espiritualistas da moral cristã.

Dizer‑se alguém cristão e permanecer contrariamente aos preceitos instituídos por Jesus, é proceder levianamente de maneira irresponsável, muito embora pretenda parecer um cavalheiro de respeitável aspecto. A sua verdadeira expressão será revelada no Plano Astral, onde não há meios de esconder‑se ou camuflar a realidade dos fatos.

A moral cristã está periclitante na coletividade humana, não obstante se vangloriarem os representantes das oito mil e tantas seitas existentes, dos numerosos asseclas que possuem, o que vem testemunhar a pouca ou nenhuma eficiência das mesmas, no âmbito espiritual.

Passe‑se uma vista de olhos pelos magnatas, pelos "tubarões" da economia popular, pelos que enriquecem da noite para o dia, pelos açambarcadores, pelos contrabandistas e especuladores de toda espécie, e veja‑se se não estão todos, ou quase todos, filiados, direta ou indiretamente, a uma das numerosas seitas ou religiões.

A tais indivíduos não interessa saber da moral cristã que estorva os seus planos inconfessáveis, a sua ânsia desenfreada de se aproveitarem da posição e da oportunidade.

É a falta de espiritualidade que domina o ambiente terreno, em que a grande maioria dos fiéis por conveniência, e de cristãos pró-forma, se entrega, de corpo e alma, à vida material desregrada, sem o menor respeito pela moral cristã.

Em algumas seitas ainda se vigia a conduta do ser pastoreado, mas noutras a liberdade é franca, ou as restrições são muito dilatadas. O resultado de tal frouxidão é fornecido pela imprensa diária, ao serem revelados escabrosos acontecimentos.

Grande é a responsabilidade daqueles que, ao se arvorarem em guias messiânicos, consentem que os seus guiados menosprezem os ensinos do Nazareno e salpiquem de lama os princípios da moral cristã.

É bem certo que para andar firme dentro desses princípios, muita renúncia há que se fazer, mas que importam as vantagens terrenas, se as espirituais são muito maiores? A criatura nada perde com seus atos de renúncia, porque esta vida no planeta é relativamente curta, enquanto que o patrimônio espiritual será desfrutado num período eterno.

Logo, vale a pena ser realista para compreender a verdade dos fatos e não se deixar levar pelo papel de tolo, como a criança que chora por um brinquedo ou um pedaço de doce, por não saber renunciar.

Uma das condições de conseguir‑se progresso espiritual, é saber renunciar, é não ter apego às coisas terrenas, pois assim é que se não cometerá o erro, a falta grave de assaltar ou corroer os bens alheios, dolosamente, para multiplicar os próprios.

A vida feliz, pujante, limpa, farta, esclarecida, plena de regozijos e satisfações, conseguida pelo esforço e elevação espiritual, é oferecida nos Planos Superiores, para onde terão de ir aqueles que lealmente fizeram boa aplicação dos Princípios da moral cristã.

Jesus, o grande Mestre não teria descido à Terra com tanto sacrifício e sofrimento, se não fosse para regalar os bem intencionados e propensos à retidão do caráter, com uma nova vida que merecesse ser disputada, com empenho, por meio da conduta irrepreensível ministrada pelos seus ensinos. Deu a todos a chave para essa conquista, que se encontra bem acondicionada no interior desses Princípios.

Não é outra a missão do Racionalismo Cristão senão favorecer espiritualmente aqueles que se sintam preparados para viver com dignidade, recusando riquezas materiais que não lhes venham às mãos por meios honestos e legítimos; aqueles que estejam dispostos a cerrar fileiras ao lado dos que defendem a instituição da família, com todo o ardor, aqueles, enfim, que desejam tomar posição defensiva contra todas as investidas perniciosas intentadas contra o patrimônio moral ou material da coletividade.

A moral cristã envolve tais dispositivos e alonga‑se em outros pormenores sempre avivados na consciência dos justos.

Tenha‑se em conta que o estabelecimento da moral cristã foi feito com o mais alto critério e implantado pelo Mestre de todos os Mestres. A obra que o Racionalismo Cristão faz hoje, seria desnecessária se não tivesse havido, desde o início da era cristã, o descaso daqueles que tinham o dever de sustentá‑la.

Hoje, após cerca de dois mil anos, as afirmativas racionalistas cristãs aí estão, ao alcance de todos, reproduzindo o que ficou esquecido no correr dos séculos passados, mas melhor apoiados, desta vez, os ensinos pelo Astral Superior, que a si tomou o encargo de manter na Terra a organização Redentorista Cristã, sediada no Rio de Janeiro, fonte inesgotável daqueles preciosos ensinamentos.

Com civismo, fraternalmente oferecendo as melhores contribuições espirituais aos dirigentes das Nações e à administração de todos os países, faz o Racionalismo Cristão, no âmbito internacional, trabalho silencioso e anônimo, como convém, em benefício da coletividade. Os seus esforços culminam no desejo de ver inculcados em todos os lares os princípios da moral cristã, na certeza de que, uma vez obtido esse resultado, no todo ou em grande parte, estarão assegurados os meios mais eficazes para se alcançar o alertamento dos seres para a vida espiritual.

Do Livro Ao Encontro de Uma Nova Era.