4 de maio de 2010

A honestidade é um dos mais elevados predicados do espírito, ser honesto é ser digno, reto, decente, probo, puro e íntegro, enfim, virtuoso.

A honestidade é um dos mais elevados predicados do espírito, sendo, pois, um sentimento altamente positivo. Pela própria definição léxica, ser honesto é ser digno, reto, decente, probo, puro e íntegro, enfim, virtuoso.

Está fora de dúvida, embora o mundo dos negócios possa aparentar o contrário, que a honestidade é fundamental para se obter resultados valiosos e sólidos nos negócios, nas artes, nas ciências, enfim, em todas as atividades humanas. Estamos falando de resultados permanentes e não transitórios e fugazes. Trata-se de pôr à prova o valor dessa conduta como fator fundamental para a evolução moral e espiritual da criatura. Aqueles que possuem a mente e o pensamento desonestos, uma conduta reprovável nos negócios, podem ganhar, pela ilusão e trapaça, muito dinheiro. Trata-se, porém, de um êxito efêmero que mais cedo ou mais tarde desaparece inesperadamente, podendo trazer resultados desagradáveis e fatais para a criatura.

Devemos distinguir dois tipos de honestidade: a honestidade material, que consiste em fazer o que é reto e justo aos nossos semelhantes, e a honestidade superior e espiritual, que se refere às relações conosco mesmo, que vai muito além da honestidade que recusa furtar e pagar com pontualidade nossas dívidas.

A honestidade superior é um dever de toda criatura que deseja sempre o bem e o melhor para si e seus semelhantes. Ela deriva da aplicação do livre-arbítrio sempre dirigido para o cumprimento de nossos deveres, impostos pelo nosso já elevado grau de espiritualidade. Para isso, precisamos ser sinceros ao nosso “eu” superior. Trata-se de uma honestidade absoluta, bem mais importante que a simples seriedade em assuntos financeiros. Se vivemos de acordo com as nossas convicções de direito e de bom senso, então, nossa honestidade tem caráter superior; se, ao contrário, cumprimos com nossas obrigações por medo de sermos considerados relapsos, inadimplentes, então, não somos honestos de verdade.

É interessante notar que, como chefe de família, se ao chegarmos em casa encontramos nossos familiares em conversa, e esta pára imediatamente e o assunto muda completamente, é sinal de que não há honestidade entre os membros dessa família, mas sim bastante falsidade nesse lar. Isso é mais comum do que parece.

Um outro ponto importante a observar é que, ao fazermos uma auto-análise e detectarmos alguns pontos fracos em nossa personalidade, é de grande utilidade confessarmos estas falhas a algum amigo de alta confiança, sem orgulho algum. Esta é, também, uma forma de honestidade, mas é preciso tomar muito cuidado para não se expor desnecessariamente.

É preciso notar que, sempre que uma convicção é contrariada, há desonestidade. Isto devido ao fato de que a nossa convicção provém de nosso “eu” superior. Este se contrapõe sempre ao “eu” material, ou seja, aos nossos interesses materiais. Dessa luta que travamos dentro de nós entre o Bem e o Mal, se inclinarmos para o Bem, nossos atos serão honestos, já que confirmarão nossas mais elevadas convicções. Caso contrário, estaremos dando guarida à desonestidade.

Muitas vezes a criatura que mente, que é desonesta, de tanto praticar a mentira e a falsidade, de tanto trapacear, chega a acreditar que é honesta, porque acha que está tendo tanto sucesso, pensando que outro faria o mesmo se estivesse no seu lugar. Esta tentativa de iludir a mente superior, ou seja, a consciência, a longo prazo, sempre acaba mal para o indivíduo. Esses indivíduos, que assim procedem, tentam fazer com que a verdade, que acreditamos verdadeira, se faça ridícula e falsa para nós. É preciso termos convicções sérias e bem fundadas para não cairmos nas artimanhas do Mal, colocando-nos sempre em guarda contra suas investidas.

Do Livro Reflexões Sobre os Sentimentos