7 de maio de 2010

As iniciativas quebram a rotina estagnante, para imprimir novas forças ao cenário da vida desenvolvendo atividades e encorajando novas ações humanas.

A iniciativa está intimamente ligada ao engenho criador de cada indivíduo. O espírito é a imagem da Força Criadora, e, portanto, tem em desenvolvimento os seus atributos criadores.

A iniciativa é um impulso da Força Criadora, latente na criatura, que se manifesta em cada indivíduo com maior ou menor intensidade, consoante o grau de afloramento dessa Força.

Os espíritos encarnados, faltos de iniciativa, não têm feito uso adequado, no pretérito, desse poder latente adormecido no seu “eu”, poder que, quando estimulado, incentiva o progresso, atua no seu desenvolvimento positivo, cria novas situações de bem‑estar, sempre que conduzido com elevação espiritual.

A iniciativa exige ação, movimento, intercâmbio e frutificação ‑ condição dinâmica imposta pela vida nas operações cotidianas ‑ pois o Universo não pára o seu movimento um só instante. Assim também a mente trabalha constantemente, apenas sendo necessário coordenar o seu trabalho, orientando‑o, dando‑lhe um salutar sentido e fazendo‑o convergir para as iniciativas.

A iniciativa promove a circulação dos bens, do dinheiro, das utilidades, das idéias, dos conhecimentos, das ilustrações e das leis da verdade libertadora. Reter a circulação dos bens, é dificultar a evolução espiritual. Cumpre observar a parte que a cada um toca na ação conjunta de movimentar a riqueza, seja ela material ou espiritual

Somente os dorminhocos não manifestam iniciativas. Estão, de algum modo, paralisados à margem do caminha da Vida, sem se aperceberem do cenário que passa e o tempo leva.

A iniciativa traz, não raro, aumento de encargos, maior trabalho, mais intensa atividade. Mas é sempre reconfortante vê‑la produzir os seus frutos e alcançar os objetivos em mira. A coroação de um êxito é uma vitória, e as vitórias fortalecem o espírito.

Os grandes empreendedores chegaram a ser o que são pela soma de vitórias alcançadas desde um passado remoto, reproduzidas numerosas vezes. Logo, é necessário que a criatura ponha em prática as suas iniciativas, sem cruzar os braços diante delas, mas impulsionando‑as, dando‑lhes vida e ação, sempre que a sua finalidade for ao bem comum.

A iniciativa bem planejada conta com probabilidade de sucesso, mas se uma ou outra não atingir o resultado esperado, não deve ser motivo de desânimo, pois as experiências também têm o seu preço. A arte de planejar depende dos recursos da experiência.

Na partilha das funções terrenas, cabe a cada um tomar iniciativas em ocasiões propícias, fazendo‑se, previamente, o necessário exame das conjunturas, para se verificar se a iniciativa é ou não viável. Não é necessário que se corram riscos demasiados, visto ser muito importante o fator segurança.

A ciência da Vida estabelece que as oportunidades que se apresentam devem ser aproveitadas, levando‑se em conta que muitas delas se revelam através das iniciativas.

A Natureza, com suas transformações, aponta uma sucessão de iniciativas reveladas no "eu" espiritual dos seres humanos. Tanto a Natureza, expressão máxima da Força Criadora, como a partícula dessa Força ¾ o espírito ¾ são produtores de iniciativas, cada qual na sua esfera de ação.

As iniciativas quebram a rotina estagnante, para imprimir novas forças ao cenário da vida, articulando esforços, desenvolvendo atividades e encorajando as operações humanas.

O espírito esclarecido está sempre pronto a dar de si o que tiver de melhor e, neste caso, convém conceder o devido apreço ao valor das iniciativas que ele possa produzir, desde que se volte para o lado nascente das realizações úteis.

A iniciativa deverá estribar‑se nos recursos da possibilidade, para que não se venha a dar o caso de se perderem numa inoportunidade, numa imprudência, os melhores impulsos renovadores.

Não é possível conceber a evolução, sem se reconhecer, por trás dela, acionando‑a, a mola da iniciativa. Muito se perde quando não se transmite à iniciativa o calor que ela precisa ter. Pela indolência, iniciativas de grande valor perdem a sua força realizadora.

A vida reclama um movimento dos valores concretos ou abstratos, como meio de fazer chegar ao alcance de todos os recursos adequados que cada alma aspira. Este desenrolar de atividades mais se acentua, com um maior fomento das iniciativas.

Seres de iniciativa são os que mais prosperam nas especialidades que escolheram. Em cada iniciativa que criam, nasce uma força que alimenta um novo campo de ação. Campos de ação são campos de cultivo, são áreas impregnadas de energia vital que, quanto mais extensas, mais prodigiosas se apresentam os seus resultados em favor da comunidade. Esta realidade tanto se enquadra na regência da matéria, como na do espírito.

Qualquer um demonstra ter alguma iniciativa, mas não é a iniciativa envolvida com atos rotineiros que se destaca; iniciativas como sinônimo de providências, são as que mais se acham ligadas às ações diárias. Um chamado do pronto‑socorro, por exemplo, é uma providência, mais do que uma iniciativa, que surge com a cena do momento. Não é essa espécie de iniciativa, adotada para um recurso imediato, que se deseja realçar neste tema.

A iniciativa pode tomar‑se fonte de inspiração para outras, não só objetivando o melhoramento da primeira, como dando origem a derivações da mais variada espécie. Por isso, a repercussão da primeira iniciativa pode perpetuar‑se de geração em geração, criando novas formas, diferentes aspectos e, de algum modo, promovendo a evolução.

Do Livro Ao Encontro de Uma Nova Era