2 de abril de 2010

Uma introspecção atinente ao processo de encarnação do espírito.

A Terra é um mundo-escola, uma oficina de aprendizagem e trabalho, um ambiente adequado onde o espírito promove sua evolução em tempo mais ou menos longo, de acordo com o aproveitamento alcançado em cada uma das incontáveis encarnações por que precisa passar no planeta.

Conforme consta no Capítulo 3 deste livro, intitulado “Espaço”, os espíritos, em seus mundos de estágio, estão distribuídos por classes, segundo a evolução de cada um. Os que cumprem etapas do processo evolutivo aqui na Terra pertencem, com exceção dos casos especiais, aos mundos densos, opacos e intermédios.

Todavia, os espíritos se misturam intensamente ao encarnarem em corpo humano, para a formação de povos de estruturas heterogêneas, como convém a um mundo de aprendizado. Os seres que sabem mais, os que dispõem de maior tirocínio, de maior lastro de experiência, ensinam aos que sabem menos aquilo que, por seu turno, aprenderam de outros. Para bem assimilarem as lições da vida, necessitam encontrar no semelhante qualidades e conhecimentos que ainda não possuem. Exatamente por esse fato é que se veem, com frequência, pessoas de espiritualidade bastante diferente em uma mesma família.


Determinado a encarnar e, levando em consideração as perspectivas relacionadas ao seu grau de evolução, o espírito faz escolhas no que tange à nação, à família e a outras condições que lhe possam favorecer o processo de desenvolvimento. No momento da concepção forma-se uma conexão de natureza vibratória entre ele e o óvulo fertilizado.

Ao deixar as dimensões mais sutis, que constituem seu mundo de estágio, projetando-se nos níveis mais compactos da matéria física, a parcela da Inteligência Universal, na condição de espírito, envolve-se com campos interligados ao planeta, recolhendo de cada um deles matéria necessária à expressão e expansão de suas faculdades.

Cada campo possui funções específicas. Há, por exemplo, os que estão associados às diversas nuanças dos processos emocionais, outros que respondem ao exercício de funções mentais e ainda outros que estão ligados às correntes vitalizadoras dos próprios campos.

O conjunto dos extratos oriundos dos diferentes campos, recolhidos pela parcela da Força Criadora, gera um campo individualizado de energia, a ela associado, denominado de corpo fluídico. É através desse corpo que o espírito interagirá com o corpo físico em formação.

As emanações radiantes provenientes das vibrações do corpo fluídico vão originar em torno do corpo físico um halo luminoso que pode ser captado através da percepção extrassensorial de médiuns videntes.

À medida que o corpo físico se desenvolve no útero materno, o espírito começa a se ligar a ele, gradativamente, a partir do terceiro mês de gestação, através de cordões fluídicos. Observa-se, por meio da pesquisa mediúnica, que esse corpo denso é modelado a partir de uma matriz fluídica, também chamada matriz etérica, construída em obediência a leis que regulam os processos naturais em dimensões superiores às terrenas. Os campos etéricos são campos de energia que permeiam e vitalizam os diversos campos, possibilitando o fluxo de energia entre eles.

O espírito toma posse do corpo físico por ocasião do nascimento. No entanto, o despertar para a realidade física só se faz paulatinamente, estendendo-se até, mais ou menos, o sétimo ano de vida, idade em que se consolidam as ligações entre os corpos. Nos primeiros anos de existência, as crianças vivem parcialmente nas dimensões psíquicas e isso fica evidenciado no alheamento de muitas delas, conversando com amiguinhos invisíveis, vendo coisas e ouvindo vozes que, aos adultos, soam como invencionices e fantasias.

Tais fenômenos, entretanto, cessam com o tempo e as crianças passam a focalizar a atenção na realidade física que as cercam. Nessa fase, elas são também muito suscetíveis às influências psíquicas do meio em que vivem. Apresentam-se sem reservas e revelam, desde tenra idade, tendências plasmadas em encarnações pretéritas. É o momento mais adequado para se definir e colocar em prática estratégias educacionais que as conduzam ao crescimento espiritual. É importante, por isso, que os adultos, principalmente os pais, se conscientizem desses fatos, a fim de orientá-las com acerto, proporcionando-lhes um ambiente psíquico favorável ao desabrochar de uma personalidade espiritualmente equilibrada.

Do Livro Racionalismo Cristão