1 de abril de 2010

Quem aceita a evolução como um desdobramento racional da vida, não pode deixar de reconhecer na ação reencarnatória, um processo evolutivo.

Corre, entre as seitas denominadas cristãs, a falsa idéia de que só os espíritas admitem a reencarnação. Muitas outras seitas conhecem a realidade sobre as reencarnações.

A reencarnação é um ato implícito nas leis da evolução, e quem aceita a evolução como um desdobramento racional da vida, não pode deixar de reconhecer na ação reencarnatória, um processo evolutivo.

Evidentemente, como pode alguém evoluir do estado selvagem, como o de um índio ao de um sábio, sem ser por via de numerosas reencarnações? Isto, sem levar em conta o que se passa, em matéria de evolução, antes da partícula da Inteligência Universal encarnar num corpo humano.

Aqueles que obstinadamente insistem em não aceitar a lei da reencarnação como uma verdade, não passam de cegos propositais que tudo fazem para não enxergar o que se apresenta com tamanha evidência, e contribuem com essa infeliz atitude para a manutenção do espírito comercialista das religiões, que falsamente se intitulam Cristãs e vendem bilhetes de ingresso no hipotético reino dos céus.

Adquirem-se esses ingressos, segundo tais seitas, (e isto no século XXI), lavando os pecados com perdões concedidos por sacerdotes, com a encomenda de corpos humanos, com batismos “efetuados em nome de Deus”, com missas e exéquias, tudo, é claro, proveitosamente remunerado.

Como o reconhecimento das reencarnações acabaria com essa preciosa fonte de renda, provinda de tais práticas, então o melhor é negar tal preceito prejudicial aos interesses econômicos da seita ou seitas às quais pertencem os responsáveis por este mercantilismo, em que o sacerdote não passa de um profissional comum da vida material.

Crer na reencarnação, segundo os que adotam esse critério ardiloso, é ser espírita, ser espírita é ter parte com o demônio, e ter parte com o demônio é estar irremediavelmente condenado às fogueiras terrificantes do inferno, para todo o sempre.

Realmente o quadro arquitetado com a argamassa da ignorância é espantoso, e aqueles que se sentem inseguros sobre a verdade da vida, atemorizam-se, e ingenuamente preferem não acreditar na realidade proclamada, ainda que esta atitude contribua para a sua infelicidade. Como poderiam explicar os não-reencarnacionistas, que admitem a presente como a única existência terrena, as diferenças desconcertantes que se verificam entre os seres humanos, todos oriundos do mesmo Criador?

Por que rastejam uns sobre a face da Terra, em corpos monstruosos, enquanto outros desfrutam as maiores regalias que o mundo pode oferecer?

Que Deus é esse que comete a bárbara injustiça de tratar os seus filhos com tão estúpida desigualdade? Que critério absurdo é o desse Deus que coloca seres da mesma origem uns ao lado dos outros para cotejo humilhante em corpos deformados uns e esculturais outros?

No íntimo, para os não-reencarnacionistas, esse só pode ser um mundo aviltante, organizado por um Deus inconsciente, sem noção de justiça, protecionista parcial, digno da repulsa de todos aqueles que vivem miseravelmente no charco das mazelas, nos “vales das lamentações”!

É comum esbarrar-se com indivíduos que tangidos pelos maiores sofrimentos, e educados na inglória mística da igreja, blasfemam contra Deus e injuriam-no, naquele desespero compreensível da própria incompreensão! Na realidade, não pode haver compreensão diante do que a vida a todos mostra, fora do entendimento, claro e racional, revelado pela evidente lei das reencarnações.

Nada mais justo que cada um pague o que deve, desde que haja sentimento de responsabilidade, pois a lei das reencarnações está baseada nesse princípio simples e justo, de cada um resgatar, por si ou à sua custa, aquilo que deve. Os débitos e os créditos são apurados em cada existência pelo espírito desencarnado quando retorna ao seu mundo de luz, e pelo resultado dessa apuração será relativamente feliz ou infeliz na existência seguinte, tudo dependerá das ações meritórias ou infames que praticar nas reencarnações.

Do Livro A Morte Não Interrompe a Vida.