20 de abril de 2010

A refração de luz que os corpos emitem denomina-se aura

Todos os corpos, quaisquer que sejam, possuem uma base fluídica. Essa base os interpenetra e expande-se além dos seus limites físicos, formando um envoltório que não pode ser visto aos olhos nus, esta refração de luz que os corpos emitem denomina-se aura.

A matéria organizada (física) e os diversos níveis de matéria fluídica são campos de manifestações da Inteligência Universal. As auras refletem essas manifestações.

A visão física apenas pode distinguir as cores do espectro solar e suas associações. Existem, no entanto, inumeráveis outras que, embora escapando aos olhos humanos, fazem parte da seriação de cores da aura.

A visão astral, quando principia a desenvolver-se, apenas distingue a porção de maior densidade da aura. Sua observação mais profunda é possível somente aos que possuem a vidência suficientemente apurada. A coloração da aura dos minerais apresenta-se, de certo modo, constante. Nos vegetais, a vida já demonstra ação evolutiva mais avançada e variável. Por exemplo: as árvores, no viço da existência, e as madeiras, na sua utilização industrial, apresentam auras diferentes, que correspondem à transformação operada com o manuseio.

Nos animais inferiores, aumenta a variação das cores das auras, que se alteram de acordo com as condições de saúde, com o estado de calma ou de irritabilidade, de coragem ou de temor, de boa ou de má nutrição e, ainda, com a idade viril ou de senilidade.

É a aura humana que, pela grande variação de cores, apresenta maior complexidade de análise. Sua leitura só poderá ser efetuada com exatidão por espíritos evoluídos, conhecedores de toda a sutileza da alternação e combinação das cores, já que, numa mesma cor, cada tonalidade possui significado particular, e cada combinação de duas ou mais cores ou tonalidades exige novas interpretações.

Quando a pessoa se mantém em estado de calma e de tranquilidade, sua aura se manifesta por coloração própria, reveladora do grau de evolução do espírito, pois retrata suas tendências, capacidade de raciocínio, nível de inteligência, natureza dos pensamentos e grau de sensibilidade de consciência. Em síntese, retrata o seu caráter.

Disso resulta modificar-se, de indivíduo para indivíduo, a cor habitual ou própria da aura. E essa cor habitual ou própria vai mudando, paulatinamente, à medida que o caráter é aprimorado, com a eliminação progressiva dos sentimentos inferiores. Contudo, a aura está sujeita, ainda, a mutações repentinas e passageiras. Basta a pessoa deixar-se envolver por uma emoção ou paixão qualquer, ser acometida de determinado sentimento, para que sua aura tome, imediatamente, a cor que esse estado psíquico traduz. É que emoções, paixões e sentimentos momentâneos produzem vibrações correspondentes, e estas, dominando o campo da aura, se impõem com sua cor própria.

Portanto, as cores habituais da aura definem, de modo geral, o caráter do indivíduo, ao passo que as cores passageiras expressam as mutações de pensamentos e emoções diante dos problemas da vida. Durante o sono, pode-se observar a aura do corpo físico, quando o espírito dele se afasta com o corpo fluídico, sem rompimento dos vínculos vitais. Verifica-se, então, ser esbranquiçada e transparente, como se fosse constituída de fios de cabelo esticados, se o corpo estiver são, e, curvos e caídos, se enfermo.

Mais densa junto ao corpo, a aura humana gradativamente se torna mais transparente, mais tênue, diáfana, à medida que dele se distancia. Os dois extremos opostos, na gama dos sentimentos alimentados pelo espírito, são identificados, na aura, pelas tonalidades clara e escura. Entre os extremos há imensa variedade de cores, cada qual definindo os pensamentos, as emoções, os sentimentos e, de um modo geral, o grau de evolução do espírito.

A tonalidade clara, límpida, cristalina, exterioriza a forma mais alta do desenvolvimento espiritual. A escura, embaçada, representa os mais baixos sentimentos. Os espíritos do Astral Superior – que detêm grau elevado de espiritualidade e, por isso, não precisam encarnar para evoluir – se manifestam em corpo fluídico, invariavelmente, por intermédio de aura clara.

Na sequência da evolução espiritual, cada indivíduo bem-intencionado procura despojar-se dos defeitos que vai notando em sua própria personalidade, mas conserva os que lhe escapam. Esse procedimento, assim mesmo, varia de pessoa para pessoa. Umas, enquanto procuram dar combate à vaidade, esquecem-se da avareza; outras, esforçando-se por dominar a inveja, deixamse levar pela luxúria, e assim por diante.

Muito embora a aura se ache oculta, em parte, à visão humana, a pessoa precisa habituar-se a ser honesta, leal, verdadeira, não por medo de que outros descubram a inferioridade da sua personalidade interior, mas, por dever de consciência, por dignidade própria, pelo respeito que deve a si mesma e pelo esclarecimento relacionado com a vida.

Só assim, o caráter do ser humano se lapida, se aprimora, se solidifica, sob condições estruturais indestrutíveis, de maneira que, em qualquer situação, as atitudes que pratica revelem sempre a qualidade dos seus atributos morais.

Do Livro Racionalismo Cristão