É neste mundo que o indivíduo se degenera quando faz mau uso
do livre-arbítrio, e é também aqui que se regenera. A partícula inteligente,
assim que ingressa no gênero humano, recebe o atributo do livre-arbítrio e o
seu raciocínio está suficientemente desenvolvido para a prática do
discernimento.
Enfrenta, logo de
início, as tentações do mundo, não sentindo, nessa altura, atração por elas,
mas, se as experimenta e gosta, fica inclinado a prosseguir, absorvendo-as.
Vem, então, o hábito do uso e do abuso das formas tentadoras terrenas, que se
vão multiplicando com o desabrochar da civilização. Estabelece-se, aí, o
império do vício.
Impregnado de
hábitos viciosos está o indivíduo em plena fase de degeneração, que não lhe
traz bem-estar, alegria ou satisfação. Ao contrário, produz um estado de
melancolia, desgosto, angústia, pois o ser procura, ansiosamente, desde os
primórdios, a felicidade; ele sente que ela existe e quer alcançá-la. Passa,
então, ao processo de regeneração.
Obviamente, ninguém
tem que se regenerar se, antes, não se degenerou. A degeneração, que não é um
acontecimento imperioso, inapelável, se dá por descuido, por abandono dos
preceitos morais que nascem com o indivíduo, e a regeneração é o recurso.
A espiritualização,
além de evitar a degeneração, ainda conduz à regeneração. Por aí se vê a
importância, a imprescindibilidade do esclarecimento espiritual e das práticas
espiritualistas.
Os vícios podem
adquirir-se rapidamente e com facilidade, mas a recuperação da virtude é lenta
e difícil. O rolar para o fundo de um abismo e encher-se de equimoses é obra de
um instante, mas recuperar a posição perdida, galgando o topo do aclive, é
tarefa árdua, muito mais demorada, e exige grande esforço.
Milhares de espíritos
reencarnam, diariamente, na Terra, com o fim de regenerar-se, por haverem
verificado, nos seus mundos, o seu verdadeiro estado psíquico e se certificado
de que a reencarnação é o único caminho a seguir. A Terra é o cadinho
regenerador.
Do Livro a Felicidade Existe