27 de novembro de 2011

A afinidade entre as pessoas decorre da igualdade de sentimentos, de idêntica forma de pensar e raciocinar.



A afinidade entre as pessoas decorre da igualdade de sentimentos, de idêntica forma de pensar e raciocinar. São criaturas que tiveram longo curso de experiências semelhantes, por via das quais chegaram a conclusões mais ou menos idênticas.

Elas dão‑se bem umas com as outras, estimam‑se mutuamente e têm prazer em encontrarem‑se e ficarem juntas.

O ideal seria que marido, mulher e filhos tivessem afinidade plena, para que o entendimento entre eles fosse completo, sem discrepância, irrestrito. Essa ventura pode ser desfrutada em Planos Superiores.

No entanto, neste laboratório terreno, as condições são outras, e marido, mulher e filhos têm de se conformar com as diferenças de gênio, de temperamento, de gosto e de ideais, que imperam no seio da família.

O Racionalismo Cristão assegura ser a família constituída de seres oriundos de planos diversos de evolução, justamente para que sejam exercitadas a tolerância, a necessidade de saber ceder ou não ceder, quando for o caso, a cooperação com índoles desiguais, a obrigação de se ajustarem para uma vida em comum e unida.

Muito se tem de aprender com essa disparidade sentimental em que cada um está sempre pronto para puxar na direção oposta. O ideal é haver uma força de contenção para pôr o grupo em equilíbrio, e todos precisam colaborar para que essa força não desapareça.

O que fortalece tal força, é a conduta dos pais, a capacidade de compreensão posta em relevo, a oportunidade de se oferecerem conselhos e exemplos para o cultivo da espiritualidade.

Por esse meio, as diferenças tendem a desaparecer, porque imperando o bom‑senso, o critério, a boa‑vontade, a autoridade e o amor, as almas acabam por entender‑se, reconhecendo onde está a razão, aceitando‑a e, com isso, promovendo o estabelecimento de uma afinidade que tenderá a desenvolver‑se.

A afinidade dos seres, de uns para os outros, será completa em graus superiores da jornada eterna, e já se podem considerar felizes os que a sentirem na Terra, embora com as suas limitações.

A afinidade e a amizade andam sempre juntas, e se esta é um dom espiritual em cultivo, aquela também não deixa de o ser. Daí a sabedoria superior que orienta a constituição do lar na base dessa verificada carência de afinidade, para que ali se estabeleçam correntes afins, através do afeto, da dedicação, do reconhecimento, da proteção e do auxilio, com o que muito se conseguirá no sentido do fortalecimento da afinidade.

Como se vê, a afinidade tem a sua participação na conquista da felicidade, uma vez que os que se estimam e se sentem unidos por sentimentos afins, experimentam uma dose de felicidade quando se aproximam, e juntos podem conviver.


Do Livro Ao Encontro de Uma Nova Era - Racionalismo Cristão