27 de abril de 2013

Ninguém pode amar fora da espiritualidade, porque uma vez solto desse plano, o ser só o encontra no reino da matéria.


Filial Vitória do Racionalismo Cristão - ES - Brasil


Os epicuristas venalizaram o sentido da palavra amor. Levaram-no para o campo da materialidade. Conspurcaram-no. Tornaram-no na vida mundana, uma expressão vulgar, despida de sublimação. Isto porque a espiritualidade anda muito escassa neste mundo de ostentações e de enganos. Serviram-se desse vocábulo para exprimir o desejo, a satisfação desfrutada nos laços da carne. Esse é um sentimento interesseiro, efêmero, passional.

Ao contrário disso, o verdadeiro amor é desinteressado, eterno, espiritual. De nenhum modo o mesmo termo deveria servir para registrar concepções tão distantes uma da outra. Mas o certo é que um significado se une à corrente material, enquanto o outro pertence ao domínio do espírito.

Jesus foi quem elevou a expressão ao seu alto grau, revestindo-a de pureza e de luminosidade.

Ninguém pode amar fora da espiritualidade, porque uma vez solto desse plano, o ser só o encontra no reino da matéria.

O amor mundano é interesseiro, porque visa a posse, a embriaguez dos sentidos físicos, sempre passageira e ilusória, anseia pela obtenção de um prazer pessoal e egoísta, efêmero, porque vive, apenas, durante a estação do viço, enquanto alguns encantos das imagens da fantasia não fenecem. É passional, porque sofre as influências apaixonantes de esferas inferiores.

Do outro lado, nobilitante, o Amor é desinteressado, porque se alia ao sacrifício; nada pede, nada reclama, nada exige e tudo oferece, desprendidamente; neste estado, a alma se sente feliz de poder ser útil, de notar válidos os seus préstimos, de reconhecer-se parcela do Todo, que é todo amor. É eterno porque, uma vez revelado, nunca mais se perde, não diminui; não acaba e acompanha o ser na rota para a eternidade. É espiritual, porque é atributo do espírito, nada influindo nela a matéria.

Há exemplos desse Amor sublime na Terra, porque o espírito, embora encarnado, é sempre espírito, e por isso, quando não sempre, vez por outra, confirma a sua natureza; vemo-lo na alma das mães, dos pais, dos avós e, menos intensamente, na dos parentes afins.

Há amigos que também o sabem cultivar. O afeto, a estima profunda, a amizade verdadeira, são manifestações do amor. Todos os possuem inato em sua alma, em potencial, e a sua presença se fará sentir, cada vez mais notória, na medida da crescente espiritualização.


No estudo que o Racionalismo Cristão faz dos atributos espirituais, sempre fica evidenciada a necessidade premente e imperiosa dos seres humanos promoverem a sua espiritualização. A humanidade só poderá viver feliz, depois de espiritualizada, quando os seus componentes puserem em prática as suas virtudes e dizimarem a ignorância das coisas do espírito.


Os ensinos de Jesus, revelados há cerca de dois mil anos, não encontraram a receptividade desejada e, ainda hoje, expostos pelo Racionalismo Cristão, acham-se cerceados pelas barreiras trevosas da ignorância humana.


Trecho do Livro Ao Encontro de Uma Nova Era - Luiz de Souza


6 de abril de 2013

Tudo neste mundo tem seu valor relativo, e não há valor maior do que uma grande amizade. A amizade, quando sincera, é eterna, ela acompanha a pessoa até deixar este mundo.


Uma das qualidades principais do ser humano é a sinceridade. Sinceridade que muita gente desconhece, sinceridade que nem todos têm, principalmente num mundo onde muitos levam a vida a enganar o próximo. Não há nada melhor do que a pessoa ser sincera. Sinceridade é franqueza, é lealdade, e a lealdade, quando existe, jamais desaparece. Se houvesse mais sinceridade entre as pessoas, teriam oportunidade de corrigir suas falhas, passariam a agir corretamente, sem dissimulações. Seriam sinceras consigo e com os semelhantes, não diriam uma palavra por outra, jamais falariam o que não sentissem ou agiriam de maneira que não fosse sincera e bem pensada.

Quando a pessoa autêntica está num meio onde há sinceridade, sente-se bem, mas quando se encontra num ambiente onde há hipocrisia, onde o fingimento campeia, sente-se mal, pois não fica à vontade, como fica no lar bem formado, onde diz o que sente e ouve o que os familiares pensam.

Tudo neste mundo tem seu valor relativo, e não há valor maior do que uma grande amizade. A amizade, quando sincera, é eterna, ela acompanha a pessoa até deixar este mundo. Tudo que parte do íntimo do indivíduo franco e leal deve ser valorizado. O que é externo não merece maior atenção, e muitas pessoas vivem uma vida de aparências. É preciso saber viver, procurar justamente aquelas que são sinceras. Tudo se pode fazer para que o espírito evolua, sinta-se realizado durante a encarnação, e é para isso que estamos focalizando esse particular, a sinceridade. Feliz é a pessoa que sente sinceridade no meio em que vive.

Os espíritos vêm ao mundo para fazer sua evolução. É importante, então, que as pessoas tenham a noção de que estão aqui para vencer dificuldades. A falta de sinceridade causa sofrimento, sem dúvida, todavia, o fato de certos indivíduos dizerem que sofrem porque merecem nem sempre causa boa impressão, e a nós muito menos. O espírito quando encarna sabe que o sofrimento faz parte do viver terreno, mas não vai procurá-lo por seus próprios meios. Ninguém quer sofrer, o sofrimento não agrada a ninguém.

É preciso não confundir sofrimento natural com sofrimento provocado. Seja um ou outro, o ser humano cresce ao superar os sofrimentos, tanto os provocados propositalmente pelo mau emprego do livre-arbítrio, como a falta de lisura de certas pessoas, quanto os que surgem espontaneamente, como os acidentes terrenos ocasionais.

Portanto, haja compreensão e honestidade entre as pessoas, porque havendo honestidade há lealdade nas ações, sinceridade nos propósitos. Todos devem ser sinceros, justos e honestos, para que possam bem aproveitar a passagem por este mundo.

Luiz de Mattos - Fundador do Racionalismo Cristão