30 de março de 2010

O triunfo é o coroamento do esforço da suprema dedicação.

O triunfo é propriamente dito como o resultado do profundo empenho a que o ser humano se dedica para obter aquilo que veementemente deseja conquistar na vida. O triunfo é o coroamento do esforço da suprema dedicação.

O verdadeiro triunfo sempre produz resultados duradouros; é aquele que dota o homem de maior capacidade para servir e ampliar sua ação benfazeja. Devemos triunfar sempre como seres superiores, eqüitativos, justos e construtivos.

A humanidade atribui muitos sentidos à palavra triunfo: desde o galanteador que triunfa sobre seus rivais para conquistar sua namorada, outros, na conquista de grandes honrarias e vitórias conseguidas pelos grandes generais e marechais das guerras, até os cientistas, cujas descobertas podem trazer e, freqüentemente trazem, grandes benefícios à humanidade. Esta lista de exemplos de triunfos poderia se estender exaustivamente.

Ocorre triunfo ilusório quando a criatura oprime seus semelhantes, causando-lhes aflição e sofrimento para alimentar a vaidade ou o sentimento de poder que muitos se orgulham egoisticamente de ter. Trata-se, na verdade, de verdadeira derrota.

O bom triunfo é aquele obtido com esforço, dedicação e garra em quase todas as atividades da vida, onde a competitividade é regra geral. Assim é num concurso, numa polêmica, num vestibular, em que triunfa quem consegue superar todos os outros. Aqui está em jogo, na disputa ou competição, a capacidade de cada um. Esta é a boa luta, o bom combate, que estimula o vencedor a alcançar novas e diferentes vitórias. Assim, triunfar é ser vitorioso em seus projetos.

Erra aquele que pensa que triunfar é apenas alcançar uma determinada meta e nela estacionar, comemorando os louros da vitória. Uma meta nunca é a final; diante dela há outras e mais outras, isto é, vários degraus que no conjunto estão a exigir da criatura a continuidade de novos cuidados e esforços. É o caso dos profissionais liberais que têm que atualizar seus conhecimentos, reciclá-los constantemente para acompanhar o progresso das ciências e das técnicas, especializando-se sempre para melhor exercer seus misteres.

Acerta aquele que considera o triunfo como realização do que se propôs a alcançar, sem arrefecer a disposição e o interesse de continuar triunfando sempre que as sucessivas metas vão se modificando. Tal ação caracteriza a persistência. Com este conceito em mente, triunfar é lutar, vencer e progredir.

Para um melhor triunfo é preciso conhecermos a nós mesmos, nossa constituição, nossas potencialidades, nossos atributos, nosso modo de ser e atuar, enfim, termos plena confiança em nossa capacidade de realização. O triunfo depende da criteriosa utilização de tudo isso. Nossas reservas são incomensuráveis e a força espiritual, inesgotável. Para triunfar basta conscientizar-se que as ações que a criatura empreende são dignas, isto é, que atendem a um propósito elevado, que o sucesso e a vitória virão com certeza.

Há muitos exemplos na História de muitos povos de pessoas que, depois de terem passado por fracassos e mais fracassos, reagiram com sua forte força de vontade, invocaram suas potencialidades latentes e acabaram por triunfar. Mesmo assim, o triunfo de muitos só é reconhecido muito após a sua morte, por futuras gerações.

Um triunfo construído apenas sobre coisas e bens materiais é efêmero; o dinheiro ganho com esforço físico e mental, com persistência, pode nos dar o pão, mas não alimenta o nosso espírito que continua faminto de conhecimentos e saber. Ou seja, a personalidade e seus atributos não se desenvolvem apenas com dinheiro, honrarias e distinções, mas requer a participação da consciência, vontade e conhecimento.

O desenvolvimento de nossa personalidade, de nosso “eu consciente”, tem que ser obra de nós mesmos. É preciso moldar o caráter, para que ele seja glorioso e não humilhante, magnífico e não repulsivo, superior e não inferior. Para isso, precisamos investigar com seriedade o que somos, o que desejamos, o que necessitamos, de onde viemos, para onde vamos. É necessário que estabeleçamos parâmetros de aferição e comparação, onde o pensamento racional sobreponha-se ao pensamento emocional e místico. É necessário que corrijamos nossas falhas, que esmiucemos tudo, que analisemos criticamente cada pormenor, que revigoremos nossas virtudes, enfim, que pautemos nossa vida segundo os princípios morais e cristãos.

Se assim procedermos, o triunfo e o sucesso serão comuns, naturais, em tudo a que viermos fazer e empreender. Nossas vidas se enriquecerão e ganharão sempre mais vigor, mesmo quando na velhice, o corpo começar a dar sinais que está desgastado. E, então, você verá que valeu a pena viver!

Do Livro Reflexões Sobre os Sentimentos

29 de março de 2010

A espiritualização, além de evitar a degeneração moral, ainda conduz à regeneração espiritual revitalizando virtudes.

É neste mundo que o indivíduo se degenera quando faz mau uso do livre-arbítrio, e é também aqui que se regenera. A partícula inteligente, assim que ingressa no gênero humano, recebe o atributo do livre-arbítrio e o seu raciocínio está suficientemente desenvolvido para a prática do discernimento correlação ao correto e incorreto.

Enfrenta, logo no início do processo evolutivo as tentações do mundo, não sentindo nessa altura ainda atração por elas, mas, se experimenta e gosta, fica inclinado a prosseguir, absorvendo-as e impregnando-as no espírito. Vem então o hábito do uso e do abuso das formas tentadoras terrenas, que se vão multiplicando com o desabrochar dos tempos. Estabelece-se, então, o império dos vícios.

Impregnado de hábitos viciosos está o indivíduo em plena fase de degeneração, que não lhe traz bem-estar, alegria ou satisfação. Ao contrário, produz um estado de melancolia, desgosto, angústia, pois o ser procura, ansiosamente, desde os primórdios, a suposta felicidade; ele sente que ela existe e quer alcançá-la no encalço dos pendores dos vícios. Passa, então, ao processo de regeneração.

A espiritualização, além de evitar a degeneração, ainda conduz à regeneração. Por aí se vê a importância, a imprescindibilidade do esclarecimento espiritual e das práticas espiritualistas. Os vícios podem adquirir-se rapidamente e com facilidade, mas a recuperação da virtude é lenta e difícil. O rolar para o fundo deste poço e encher-se de equimoses é obra de um instante, mas recuperar a posição perdida, galgando o topo do aclive, é tarefa árdua, muito mais demorada, e exige grande esforço.

Milhares de espíritos reencarnam, diariamente, na Terra, com o fim de regenerar-se, por haverem verificado, nos seus mundos, o seu verdadeiro estado psíquico e se certificado de que a reencarnação é o único caminho a seguir. A Terra é o cadinho regenerador. Aqui se acham classificadas e ordenadas todas as formas de sofrimento e as mais variadas experiências, capazes de quebrar as resistências dos mais inflexíveis delinqüentes.

O mundo está cheio de ladrões, de assassinos, de criminosos de toda espécie, que irão desencarnar, para reencarnarem depois. O trabalho astral é feito no sentido de que esses infelizes conspurcadores do próprio espírito possam encarnar num meio em que a regeneração se venha a processar.

Por vezes encontram-se lares sadios em que no meio da família está um ou mais desses espíritos criminosos, que se revelam rebeldes, de difícil educação, desatenciosos, indisciplinados, violentos, sem escrúpulos e de má índole. Esses dão grande trabalho, grande preocupação e desgosto, pela insensatez com que agem. Mas é preciso empregar todos os meios, sem desânimo, para trazê-los à razão. Traços tenebrosos assinalam o passado desses indivíduos.

Outra coisa não há a fazer senão encarar o problema com entendimento e fortaleza de espírito. Alguém teria de receber esse espírito para a regeneração, e os escolhidos para a tarefa não se podem recusar ao que lhes foi imposto. Qualquer razão havia para isso. Podem os preceptores não conseguir grande coisa no sentido da remodelação, mas em não deixar aumentar os débitos e ainda que pouco façam em seu benefício, já representará uma ajuda para que na encarnação seguinte nova etapa possa ser vencida.

Todos os que estiverem no caminho do esclarecimento espiritual precisam convencer-se de que já deram muito trabalho a outros nas encarnações remotas, aos quais devem parte do seu progresso na senda espiritual, e que justo é que prestem o seu auxílio aos que lhes forem entregues no seio da família.

Não haverá um só que, precisando, não seja regenerado, embora leve inúmeros séculos, milênios até, mas o dia da regeneração chegará, porque não há perdição eterna nem sofrimento imorredouro. É uma questão de apertar as tenazes da dor — e elas são apertadas — para abreviar o curso. Ocorrerá neste interregno situações de grande infortúnio, para que, ao cabo de certo tempo, o ser aparentemente irredutível comece a raciocinar com acerto e a ceder em seu favor.

A degeneração é um mal psíquico, intolerável, que deve, portanto, ser destruído com o sofrimento regenerador. Somente na Terra se encontram os elementos capazes de produzir esse sofrimento ardente e higienizador. Nos planos astrais não há condição para isso. Diante dessa necessidade é que se trabalha espiritualmente, não só no Espaço como no Planeta, por intermédio daqueles que são destacados para esse fim.

Com o aumento da população terráquea, tem crescido, de muito, o número daqueles que perturbam a harmonia do conjunto humano com as inferioridades dos seus espíritos. Os espiritualistas não se têm avolumado na mesma proporção, de modo que há um déficit acentuado na balança das compensações. Este fato obriga a um esforço maior, a uma diligência mais atenta por parte dos esclarecidos, para que os conhecimentos espirituais se alastrem e difundam em todas as camadas sociais.

O Racionalismo Cristão trabalha, intensamente, nesse sentido para romper as trevas da ignorância espiritual, responsável pelo caos em que se encontra mergulhada a maior parte da humanidade. Famílias em grande número integradas por elementos carentes de regeneração lutam com as maiores dificuldades para amenizar o problema, por falta de orientação espiritual. Muitas delas, por esse motivo, estão na contingência de se verem em falência moral, pela ausência quase completa de meios próprios. A verdadeira situação é reconhecida pelos que se acham providos da devida acuidade para analisar os fatos à luz da verdade espiritual.

Os milhões de seres humanos carentes de regeneração estarão de volta ao Planeta dentro de algum tempo, e precisarão de lares que os recebam, lares verdadeiramente cristãos, que possam lutar contra as suas deficiências morais e espirituais. Por certo falará neles a voz do egoísmo, da usurpação, da sensualidade com que se revelam presentemente, e, se não houver mão forte de criaturas estribadas no espiritualismo, o insucesso se tornará uma ameaça.

Cumpre àqueles que se adiantarem nos conhecimentos espiritualistas preparar-se para o futuro, enrijecendo a têmpera do caráter e da ação, para poderem triunfar nas novas tarefas que receberem. Enriquecer o patrimônio espiritual é necessidade imperiosa, para que não faltem recursos na hora da apuração dos reais valores. A hora de apuração é aquela em que os que estiverem aptos e disponíveis para o trabalho de regeneração prestem o seu concurso e dêem o melhor de si para o êxito dos propósitos. Muito trabalho irá acarretar essa multidão que anda por aí desejosa de locupletar-se seja lá do que for. Esses indivíduos estão com falhas de regeneração, agindo com cupidez, sem saberem que a colheita é obrigatória para o próprio autor. Veja-se como campeiam por toda parte a desonestidade, a falta de pudor, a indecência, o descaso pela virtude.

A degeneração moral transformou-se numa epidemia mundial, é imperioso que haja uma regeneração e remodelação de hábitos e costumes em prol do aprimoramento espiritual da sociedade humana.

Do Livro A Felicidade Existe

27 de março de 2010

A afinidade entre as pessoas decorre da igualdade de sentimentos, de idêntica forma de pensar e raciocinar.

A afinidade entre as pessoas decorre da igualdade de sentimentos, de idêntica forma de pensar e raciocinar. São criaturas que tiveram longo curso de experiências semelhantes, por via das quais chegaram a conclusões mais ou menos idênticas.

Estimam-se mutuamente e têm prazer em encontrarem-se e ficarem juntas. O ideal seria que marido, mulher e filhos tivessem afinidade plena, para que o entendimento entre eles fosse completo, sem discrepância, irrestrito. No entanto, neste laboratório terreno, as condições são outras, e marido, mulher e filhos têm de se conformar com as diferenças de gênio, de temperamento, de gosto e de ideais, que imperam no seio da família.

O Racionalismo Cristão assegura ser a família constituída de seres oriundos de planos diversos de evolução, justamente para que sejam exercitadas a tolerância, a necessidade de saber ceder ou não ceder, quando for o caso, a cooperação com índoles desiguais, a obrigação de se ajustarem para uma vida em comum e unida.

Muito se tem de aprender com essa disparidade sentimental em que cada um está sempre pronto para puxar na direção oposta. O ideal é haver uma força de contenção para pôr o grupo em equilíbrio, e todos precisam colaborar para que essa força não desapareça. O que fortalece tal força, é a conduta dos pais, a capacidade de compreensão posta em relevo, a oportunidade de se oferecerem conselhos e exemplos para o cultivo da espiritualidade.

Por esse meio, as diferenças tendem a desaparecer, porque imperando o bom-senso, o critério, a boa-vontade, a autoridade e o amor,as almas acabam por entender-se, reconhecendo onde está a razão, aceitando-a e, com isso, promovendo o estabelecimento de uma afinidade que tenderá a desenvolver-se.

A afinidade dos seres, de uns para os outros, será completa em graus superiores da jornada eterna, e já se podem considerar felizes os que a sentirem na Terra, embora com as suas limitações. A afinidade e a amizade andam sempre juntas, e se esta é um dom espiritual em cultivo, aquela também não deixa de o ser. Daí a sabedoria superior que orienta a constituição do lar na base dessa verificada carência de afinidade, para que ali se estabeleçam correntes afins, através do afeto, da dedicação, do reconhecimento, da proteção e do auxilio, com o que muito se conseguirá no sentido do fortalecimento da afinidade.

Como se vê, a afinidade tem a sua participação na conquista da felicidade, uma vez que os que se estimam e se sentem unidos por sentimentos afins, experimentam uma dose de felicidade quando se aproximam, e juntos podem conviver. Como todos aspiram a felicidade, não se deverão descurar dos seus fatores, dentre os quais a afinidade é um dos mais importantes.

Assim, cumpre a cada um velar pelos seus interesses legítimos e, com sabedoria, tirar proveito dos ensinos que os podem levar a realizar os seus superiores intentos. No esforço para firmar os laços da afinidade, está um dos mais hábeis roteiros para processar-se o desenvolvimento de atributos espirituais que concorram, não só para a felicidade, conforme foi acentuado, como ainda para se alcançarem outros poderes dominantes do espírito, que manifestam a sua virtude no desenrolar de atividades socorristas, no mundo das relações humanas e no plano dos ideais espiritualistas.

Fora do campo da espiritualidade também se encontra afinidade entre pessoas que alimentam os mesmos vícios, erros e inclinações: “diz-me com quem andas, e te direi quem és", eis uma afirmativa popular criada para denunciar os prevaricadores de todas as espécies, quando querem passar por aquilo que não são. Este gênero de afinidade é um reflexo, no plano inferior, do que existe no superior.

A afinidade vai se apurando à medida que a evolução se processa até atingir o ponto que é comum a todas as criaturas. A verdade, o poder e o saber se unificam. Por isso a afinidade torna-se comum quando o espírito alcança o estado de aprimoramento e perfeição.

26 de março de 2010

O Humanismo é um interesse emanante pelo bem comum, é um senso de felicidade que proporcione bem estar ao semelhante.

O humanismo entendido no sentido literal do vocábulo, cria deveres recíprocos do ser humano para com a humanidade. Ele é amor ao próximo, é esforço de colaboração, é solidariedade operante, é harmonização espiritual, em busca de equilíbrio. Quem pode ser humanista sem amor ao próximo e vice versa, quem pode ter amor ao próximo, sem ser humano? Humanismo é um interesse emanante pelo bem comum; é um sentido de felicidade contaminante, em que a coletividade sã procura manter sadio o seu agrupamento. E o socorro mútuo, na defesa do bem contra o mal. O sentimento de humanismo estabelece a coesão dos indivíduos em torno de um objetivo elevado. Ele congrega, vitaliza, constrói; é o antídoto do egoísmo, porque enquanto este faz convergir a atenção para si, aquele se volta exclusivamente para o semelhante. O espírito de humanidade revela que o indivíduo não é um todo, mas uma partícula do Todo, cooperadora, ativa, operosa e participante da atividade cósmica.

Ser humanista é ter o espírito sensível aos problemas alheios, procurando compreendê-los, para dar-lhes o medicamento adequado. Tais problemas são quase sempre formados pela ação psíquica. Há, por isso, necessidade de conhecer-se psiquicamente, para se poder praticar o verdadeiro sentimento de humanidade. Todos quantos se encontram desarvorados na vida, desnorteados, desajustados, estão precisando de orientação esclarecedora e devem ser encaminhados para estudos espiritualistas que os direcionem.

Não pode haver ação mais nobre do que arrancar um indivíduo do vício, da malandragem, da intratabilidade no meio social ou familiar, transformando-o em outro ser, e vê-lo depois consciente das suas obrigações, a cultivar a moral cristã e a produzir para a coletividade.

O Racionalismo Cristão é uma escola onde se pratica todo bem, no verdadeiro sentido; o trabalho ali desenvolvido para tal fim redunda na recuperação individual, na regeneração de hábitos e costumes, na disposição inabalável, por conhecimento de causa, de tornar o ser outrora desviado do bom caminho, um novo elemento de formação plenamente consciente, pronto a exercer as suas funções normais na oficina da vida.

Este aspecto que o Racionalismo Cristão apresenta do humanismo é o que vem sendo demonstrado através de numerosos ensinos largamente divulgados. O indivíduo que se sente desamparado, ao receber uma dádiva de qualquer espécie se reabilitar no meio em que vive, terá ocasião de verificar a sua participação na Vida Total da qual é uma partícula componente. Nesse caso, o enobrecido bem recebido não é uma humilhação, mas um estímulo, uma renovação, uma integração no seu verdadeiro posto.

Portanto, se a Inteligência Universal trabalha, incessantemente, em todo o Universo, como é fácil de constatar, nenhuma de suas partículas, sem quebra das leis naturais, pode manter-se inativa, ociosa, indiferente, improdutiva, a sugar a energia alheia, sem que lhe advenham funestos resultados. Contribuir para que tais criaturas permaneçam nesse estado, é entrar em conivência com elas e arcar com as responsabilidades decorrentes. Há ocasiões em que a esmola oferecida pode levar o pedinte, assistido com palavras evocativas de estímulo e fortalecimento, a aproveitar a oportunidade de gravar, no subconsciente, uma semente de iluminação espiritual.

Muito tempo se passará antes que o mundo compreenda o verdadeiro significado dos gestos de altruísmo e solidariedade. Seria uma ilusão pensar que de um dia para o outro a humanidade modifique o seu entendimento correlação aos gestos de humanismo, mas com o devido tempo a humanidade despertará para as realidades da vida.

Eis a diferenciação entre o falso e o verdadeiro. Com o tempo, a luz se fará no mundo. A Verdade terá sempre que resplandecer, embora custe, mas nenhum entrave poderá impedir o seu progresso.


25 de março de 2010

A Consciência Humana é uma faculdade espiritual de grande valor. Sem ela, seria impossível o gênero humano se conduzir com acerto.

O ser humano tem na consciência o juiz dos seus atos. Quando pratica ações malfazejas, a consciência lhe dói, insurge-se e protesta. O indivíduo só está em paz com a sua consciência quando as suas ações afinam pelo comportamento correto, legal, em plena consonância com a moral cristã. Acontece, porém, que, quando a criatura insiste em proceder mal, a consciência vai cada vez doendo menos, vai-se amortecendo o seu vigor moral, aos poucos perde a sensibilidade, a ponto de parecer que está morta. Os grandes criminosos têm a consciência insensível, sufocada, muda.

Ao contrário, quando o indivíduo se esforça para andar sempre pelo caminho do bem, consultando, a cada passo, a sua consciência, ela se torna sumamente sensível e se mantém nas melhores condições de receptividade para atender aos apelos que lhe são endereçados. A consciência é uma faculdade espiritual de grande valor. Sem ela, seria impossível o gênero humano se conduzir. Só os animais inferiores e os criminosos inveterados agem inconscientemente.

O ser ascende ao estado humano logo que adquire recursos para fazer bom uso do livre-arbítrio e para ouvir e respeitar a voz da consciência. Se todos bom proveito tirassem desses atributos, que se acham ao dispor de cada um para a solução dos problemas terrenos, a vida seria um permanente manancial de alegrias e satisfações.

A falta de consciência é revelada sempre que se constatam atos recriminatórios contrários às leis naturais, ao progresso, ao bem-estar coletivo. Ela aparece nos lares, no trato com os familiares, no trabalho externo, nas relações hierárquicas e, na vida pública, nos postos governamentais. A desordem administrativa, o elevado custo de vida, a falta de assistência social, que tanto prejudicam a estabilidade dos encarnados, são fruto da irresponsabilidade, de ambições descontroladas, de desvios de energias, de desequilíbrio moral, e têm, como origem, o desprezo pela voz da consciência.

Ninguém diga que procedendo mal, agindo com incorreção, deslealdade e desonestidade não sabe que está errado; o indivíduo erra, conscientemente, na maioria dos casos, para beneficiar-se e dar satisfação a interesses subalternos e inferiores, que falam alto no seu interior. A Força Criadora possui Consciência Absoluta e suas partículas componentes, como espíritos encarnados ou não, expressam-se pela consciência, como derivativo moral das condições espirituais. Viver, pois, de acordo com a aviventada consciência, é ajustar-se às leis que regem o Universo, as quais, quando unanimemente respeitadas, induzem ao equilíbrio em todas as funções.

Muitas vezes, por um dever de consciência, tem o indivíduo de agir contra os próprios interesses, mas nem por isso deve vacilar em dar o seu pronunciamento honrado, à custa de qualquer sacrifício. Desta vida terrena, o que se leva para o acervo espiritual são somente os feitos dignos e nobres que tenham servido de exemplos a outros para a manutenção da estrutura ideal dos hábitos e costumes e a efetivação de todos os princípios moralizadores.

Normalmente, o indivíduo que trabalha não o fará porque o chefe está exigindo; os alunos que estudam não o farão pelo temor de castigo; num como no outro caso o que deve imperar, acima de tudo, é a voz da consciência. O trabalhador e o aluno não precisam ser vigiados para que cumpram os seus deveres; cada qual tem de dar satisfação à sua consciência e, por isso, deve trabalhar e estudar conscientemente. Este o panorama correto da questão: todos precisam ter consciência das suas obrigações, e deverão executá-las tão bem como melhor puderem, independentemente das exigências de terceiros. Desse modo, se apura o senso da responsabilidade, que anda tão escasso no mundo.

No caminho da espiritualidade é a voz da consciência que deve ecoar, em todos os momentos, pois, se o desejo é o de acertar, não existe meio mais indicado do que atender ao sentido justo das coisas, com a interpretação pautada pelo bom-senso, pelo equilíbrio, pela razão. A voz da consciência reflete sempre uma orientação superior, quando ela é realmente da consciência. Muito cuidado com as intuições do astral inferior. Analise-se, antes, a pureza das intenções, pois as forças inferiores, como todos sabem, não transpiram pureza. Não se queira atribuir à consciência resoluções despidas de grandeza moral.

A consciência não se educa, por ser a educação nela inata. A consciência revela-se através da alma, de forma cada vez mais apurada, na medida da evolução já alcançada. Esse apuramento decorre do fato de tornar-se a criatura, pelo processo evolutivo, com maior entendimento, mais capaz, mais esclarecida, mais consciente. A consciência dos fatos se dilata na proporção do aumento da capacidade individual e de conformidade com a modulação vibratória que se desenvolve, até sintonizar com a Consciência Absoluta.

Assim, a expansão do estado de consciência subordina-se ao progresso espiritual. Eis por que só no caminho da espiritualidade encontram os seres os meios eficazes para atingir os mais altos graus de consciência. A espiritualidade é sempre a base, o ponto de partida para toda e qualquer iniciativa que tenha por objetivo alcançar os páramos superiores de evolução.

Dá-se, deste modo, no Racionalismo Cristão, o maior relevo ao acatamento que se deva conferir à voz pura da consciência. O que se precisa educar, para ouvi-la e compreendê-la, são o raciocínio e a lógica. Somente no trato diário com as questões espiritualistas se chega a sentir o efeito harmonioso das deliberações que marcam diretrizes sob a influência estimulante da voz da consciência.

Esperemos que a humanidade possa, o quanto antes, dar mais valor aos ditames da consciência. A falta de lealdade de uns para com os outros tem sido a causa principal de se não consultarem os nobres preceitos da consciência. Em geral, não se cogita fazer o que melhor fala à razão, mas o que mais convém. No que mais convém estão, quase sempre, os interesses materialistas inferiores e o egoísmo, que procuram manter-se velados.

Não é correndo sofregamente atrás de riquezas terrenas para dar expansão aos desejos ocultos, de aspecto negativo, que alguém poderá despertar a consciência adormecida no íntimo de sua natureza. Aproxime-se cada um da sua consciência, vivendo com renúncia, com desprendimento, com elevação moral e o propósito salutar de algo produzir em favor da coletividade.

A consciência adormecida pode sempre ser despertada, desde que mudem as aspirações acalentadas, desde que se transforme o modo de entender e procurar a felicidade, desde que se tenha por finalidade buscar para o espírito os tesouros eternos que lhe têm de ser agregados. Isso não significa que os seres precisam despojar-se das riquezas terrenas; o uso dessas riquezas é que deve ser feito racionalmente, consoante a serventia que oferecem, sem permitir que obliterem o vigor da consciência. Nesse ato reside a sabedoria que deverá ornar a vida espiritual dos que se propõem a atravessar a existência terrena pelo caminho da espiritualidade.


A disciplina no viver é fator preponderente para o êxito nos empreendimentos e ações cotidianas.

O Universo é todo disciplina. A pontualidade com que os astros fazem os seus movimentos é o resultado dessa disciplina. Um universo sem disciplina seria caótico. A disciplina estabelece a ordem, e esta sustenta o progresso. O lema da bandeira nacional do Brasil, “Ordem e Progresso”, é bem expressivo a esse respeito.

Um programa de trabalho, um método de ação constituem disciplinas que presidem atividades. Os empreendimentos vitoriosos são aqueles que se firmam em bases disciplinares. A disciplina educa o espírito, economiza, reduz o esforço e aumenta o rendimento do trabalho, dando-lhe eficiência e aperfeiçoamento. A disciplina é observada até na vida dos insetos. Veja-se como procedem as abelhas e as formigas na luta pela vida, pondo em execução simples regras da disciplina. Toda organização se baseia na disciplina.

A disciplina põe ordem nos pensamentos, coordena a argumentação, estabelece escala para as tarefas e ocupações e conduz a conclusões seguras, no desempenho de qualquer atividade. O indivíduo indisciplinado se prejudica, quando nele se constatam gestos de desperdício de energia, inconstância de vontade, irregularidade de ação. O indisciplinado é geralmente impontual, outra característica que contraria a boa formação moral. Ele, além de ser desorganizado, comete o abuso, não raro, de faltar com o respeito a si mesmo, pois é descuidado com a sua pessoa e desatencioso na convivência social, pela força do hábito de não manter em dia os seus compromissos.

A espiritualidade reclama a presença da disciplina na interpretação de seus postulados. Os horários, os tratamentos médicos, as dietas estão subordinados à disciplina. A vida disciplinada é uma garantia para a saúde e para o progresso. Todo ser disciplinado inspira respeito e acatamento. No exercício da vida funcional, tomam os primeiros lugares na seleção os indivíduos que demonstram, pela disciplina, a consciência do dever.

A disciplina não se afina com o “mais ou menos”, o “pode ou não pode ser”, com a instabilidade, com a incerteza e a vacilação. Ela é positiva, segura, imprime confiança e traduz decisão e obediência. Se houvesse mais disciplina no ritmo da vida humana, o rendimento seria maior e os resultados mais compensadores. É de boa compreensão, acerca dos afazeres, das imposições que o mundo faz, que a disciplina se torne uma prática essencial, desde que se queira proceder corretamente e tirar da vida terrena o melhor proveito possível.

A disciplina é norma de retidão. Não há desculpa alguma para alimentar a displicência gerada pela indolência e irresponsabilidade. Ninguém é indisciplinado por fatalismo ou débito a saldar, mas pela negligência do espírito, por comodismo doentio, por deficiência pessoal. Os que se afastam da disciplina contrariam as leis naturais, agem desarticuladamente, alteram a ordem cronológica e concorrem para a orgia dos trabalhos, para o tumulto das obrigações e para os distúrbios que se verificam na marcha das operações laboriosas.

A indisciplina, que gera mal-estar, contrariedades, reclamando esforços retificadores, absorve tempo, energias, gastos inúteis, e traz desassossego ou intranqüilidade. Ninguém tem o direito de malbaratar valores, como os que se prendem ao aproveitamento das atividades planejadas com disciplina, e que, totalmente ou em parte, se venham a perder por insuficiência de ordem, método e responsabilidade.

Os atos de disciplina doméstica não precisam ser pautados dentro de um rigorismo extravagante, com instituição de penalidades pesadas, pois o caso mais se ajusta à educação, que se deve ministrar com afetividade. A educação disciplinar areja a mente, de vez que, controlados os pensamentos, deixam as criaturas de meditar dispersivamente, podendo, como convém, orientá-los num sentido construtivo, elevado e digno de ser focalizado.

A mente arejada concorre para a higiene da alma e para a saúde do corpo. Assim, a disciplina introduzida no esquema dos hábitos e costumes ecoa em todos os setores da atividade humana, sacudindo as tendências viciosas de indolência e de desordem. Sem fanatismo, a disciplina deve ser observada com critério, com a tolerância de alma generosa, mas sem permitir, por questão de fraqueza, pieguice ou enganosa bondade, que as concessões esporádicas abram precedente para desmoralizar a ação disciplinadora.

O indisciplinado não se apresenta, no plano astral, quando chegar o momento, com fisionomia tranqüila e a expressão descansada de quem se portou na Terra à altura dos seus indeclináveis deveres. Esta circunstância deve ser encarada com atenção, pois é de grande importância para todo indivíduo que, ao apresentar-se diante de almas evoluídas, não se tenha de envergonhar das suas ações desordenadas.

Os atos terrenos precisam ser pesados com discernimento, devendo estar todos certos de que eles produzirão os frutos, mais tarde, da natureza das sementes. Semear indisciplina significa formar canteiros variados de muitas essências venenosas e tóxicas, que passarão a ser absorvidas pelo próprio agente. A semeadura é voluntária, mas a colheita é obrigatória no terreno da lei de causa e efeito.

Ninguém se deve portar no mundo como um irrefletido, um inconsciente, que nada procura ver com os olhos da visão astral. Uma vez que todos são espíritos, embora encarnados, devem fazer esforço para enxergar com os olhos espirituais, que são reais, que estão presentes e que não iludem; essa visão é iluminada pela mente, pelo raciocínio claro, pela sensibilidade psíquica e pela espiritualidade.

Os seres esclarecidos sobre a verdade espiritual exposta ao alcance de todos não se deixam iludir pela falsa retórica de apoio à indisciplina. Há os que se gabam de não se submeter à disciplina, por parecer-lhes, erroneamente, que toda subordinação é uma restrição à liberdade. Todos, até a Força Criadora, estão subordinados às leis naturais e imutáveis, e quem quiser quebrá-las, passando desdenhosamente por cima delas, sofrerá as conseqüências torturantes da transgressão.

A disciplina faz parte de um dispositivo legal do conjunto das Leis Supremas, e aqueles que a adotam e praticam colaboram com o movimento harmônico das forças do bem, do progresso, da evolução.

24 de março de 2010

Um dos mais belos ornamentos do espírito é a simplicidade; não a simplicidade forjada mas a cultivada naturalmente.

Um dos mais belos ornamentos do espírito é a simplicidade; não uma simplicidade estudada para causar efeito ou esconder a vaidade. A simplicidade tem de ser espontânea e natural, ou não é simplicidade. Acontece, porém, que quando ela se revela por essa forma espontânea e natural, já está a criatura situada num nível elevado de evolução, pois quanto mais evoluída estiver, tanto mais simples será.

A falta de simplicidade, ostensiva ou oculta, denuncia um estado de espíritos nada lisonjeiros, nada edificante, muito embora a encenação seja a mais tocante possível; almas tidas como piedosas, não raro deixam-se levar pela mística de recompensas celestiais e adotam uma representação no palco da vida, que leva à comoção muitas das pessoas inclinadas a proceder da mesma forma. A simplicidade que envolve esse cenário é aparente, e não real.

Para muita gente, ser piedoso é ser simples, e vice-versa, quando, na realidade, o “piedoso” é um ser imbuído da convicção enganosa de ter assegurada, pelos seus atos, a sua entrada triunfante no reino dos céus, após a morte, julgando haver conquistado no paraíso celeste a mais alta “distinção espiritual”.

O piedoso é assim um indivíduo que facilmente se envaidece, enchendo-se de pretensões falsas e até ingênuas. Geralmente quem se julgar distinguido para receber tão alto prêmio, tão privilegiada posição, só poderá ter simplicidade exteriormente, porque no fundo está convencido da sua superioridade sobre os demais; da glória de ser “eleito de Deus”, da ufania de se considerar um “escolhido do Senhor”. Longe desse aspecto, porém, está a realidade, porquanto a simplicidade não se cria da noite para o dia, nem se fica simples depois de ouvir um sermão; a simplicidade é formada no indivíduo, através de milênios, e se apura de encarnação em encarnação, no curso de milhares delas.

Todos deverão fazer o bem que puderem, de acordo com o merecimento de cada um e as circunstâncias que se apresentarem, sem desejar alcançar o epíteto “celestial” ou “piedoso”, pelo ilusório sentido que esses vocábulos contêm. Exemplos de verdadeira simplicidade dão-nos aqueles espíritos altamente evoluídos que encarnaram no planeta, não mais para se depurarem, mas para servir de guias, como Mestres para ajudarem a esclarecer os que aqui se acham. Moisés, Hermes, Buda, Confúcio, Krishna, Maomé e principalmente Jesus foram Mestres que encarnaram para ajudar a humanidade a evoluir. Neste século vinte, contou-se com a presença de Luiz de Mattos, não menos Mestre, que veio com a missão de implantar na Terra o Racionalismo Cristão.

A simplicidade nesses espíritos foi modelar, natural e espontânea, e será nela que se devem inspirar os estudiosos do espiritualismo, para a sua crescente renovação espiritual. A simplicidade não obriga ninguém a curvar-se ante os poderosos, nem humilhar-se diante de qualquer situação. Em primeiro lugar, porque os que se julgam poderosos, são meros manequins em uma eventual exibição, e só o fato de se julgarem poderosos e pretenderem dar testemunho disso prova a inferioridade espiritual que os anima. A próxima encarnação ensejar-lhes-á a lição adequada para a correção do mal. Em segundo lugar, porque todas as almas são da mesma essência, iguais perante ao Todo, e diante dessa verdade, não cabem atitudes de humilhação.

Se alguém precisar de humilhar-se, deverá ser diante de si mesmo, de sua própria consciência, face aos erros cometidos, que realmente inferiorizam. Ninguém deve cometer a imprudência de humilhar o seu semelhante na sua dignidade pessoal, para feri-lo, de algum modo. A simplicidade não admite atos que contrariem a ética espiritualista, de que faz parte.

A criatura simples não disputa lugares que não lhe devam pertencer ou para os quais não está preparada, não se impõe, pretensiosamente, não faz prevalecer a sua opinião pessoal sem respeitar a do seu semelhante, acata o ponto de vista alheio, examinando as circunstâncias que o determinam. A simplicidade é coerente, tolerante, moderada, prudente, comedida e respeitadora. Há pessoas que pensam que ser simples é andar com roupa amarrotada e de má, qualidade, com sapatos descambados, de pijama na rua, de cabelo revolto, completamente descuidadas. Ao contrário, a simplicidade pede limpeza, esmero, decência e apuro.

O Mestre Nazareno, exemplo de simplicidade, usava túnicas sem costura, que eram as de melhor qualidade. Assim, os que trajam roupas de boa qualidade, podem, ao mesmo tempo, apresentar-se com discreta simplicidade. A simplicidade exclui o supérfluo, o aparato, a ostentação e o luxo, para só prevalecer a utilidade, na sua forma simples e indispensável.

A simplicidade elimina qualquer apreensão do ser quanto ao que possa, porventura, faltarlhe, porque, como está aliada à espiritualidade, não se cerca de ambições escravizadoras. Ela é um estado de alma perfeitamente configurado, em que a criatura vive sob a influência de satisfações que estão acima das que o mundo concede.

Não obstante a peculiaridade exposta, a simplicidade incentiva o progresso, estimula a iniciativa, almeja o estabelecimento de uma vida simples para todos e contenta-se com o que tem. Todos caminham para a simplicidade, embora desconheçam muitos que esse é o rumo traçado, ao qual ninguém poderá esquivar-se, a não ser passageiramente.


As oportunidades são dádivas que necessitam ser aproveitadas, caso contrário perdemos o "Bonde da Existência".

O aproveitamento das oportunidades é que traz às criaturas o ensejo de prosperar. Elas se apresentam, em maior ou menor número de vezes, a todos os seres. Para não as deixar escapar, é preciso alertamento, especialmente quando se mostram de modo sutil.

O importante, para que se saiba reconhecê-las, é dispor o indivíduo da necessária sensibilidade. Todos possuem a faculdade da intuitição, graças à qual é possível bem orientar os passos na vida. Por intuição, pode-se perceber a aproximação das oportunidades e tirar o melhor partido da situação, sempre de maneira digna, honesta e leal. Se a aparente oportunidade implicar adoção de medidas que não sejam de ordem elevada, não é oportunidade.

Muitos empolgados por falsas oportunidades, se atiram a elas, fechando os olhos aos meios, para atingir os fins; estes, por essa forma, estão confundindo oportunidades com usurpação, e levarão a pior parte, na hora das apurações. Caem nesse logro os afoitos, os que desconhecem as leis espirituais.

Em qualquer circunstância da atividade terrena, é indispensável pôr em uso os conhecimentos espiritualistas. Quem os não tiver, estará sujeito aos maiores dissabores, aos mais tristes desfechos na vida de relação. Pode o indivíduo conseguir prosperidade material, forçando oportunidades com golpes aventureiros, com atuações ilícitas e manobras escabrosas, mas a posição adquirida por tal caminho agravará a sua conta devedora para com a evolução, e o resgate terá de ser feito, a qualquer preço.

As oportunidades que devem ser aproveitadas são aquelas que se encaixam, perfeitamente bem, nos recursos individuais, e surgem como dádivas espontâneas, em retribuição ao esforço unido ao merecimento. Se as oportunidades não oferecem grandes recompensas, nem por isso deverá a criatura alterar o seu estado de conformação. Os espiritualistas são conhecedores das leis de causa e efeito, e sabem que os efeitos, sejam eles quais forem, são o resultado de uma causa.

Por isso recebem os efeitos, desde que lhes pertençam, sem amargura nem reclamações, certos de que eles terão uma duração correspondente e o seu fim. Os efeitos terão de ser anulados pela sua absorção, pela sua transformação em dor, quando tiverem origem no erro.

O espiritualista nada deve procurar fazer para que efeitos dolorosos se produzam, aplicando-se ao bom uso do livre arbítrio, e só se servindo das oportunidades que venham ao seu encontro para o seu progresso espiritual e conforto moral. Em toda análise que se fizer do viver terreno, há de se chegar à conclusão de que nenhuma ventura poderá tornar-se efetiva, sem que a espiritualidade seja o seu agente. Portanto, ser espiritualista deveria constituir o objetivo máximo de toda criatura sensata.

É do que cogita o Racionalismo Cristão na sua tarefa meritória de despertar as almas encarnadas para a sua própria natureza espiritual, sem o que ninguém poderá viver com a superioridade desejada e cumprir a sua missão, tal como foi estabelecida. Há uma falsa concepção de que ser espiritualista é viver alheio às contingências terrenas. Nada mais errado. O espiritualista toma parte ativa em todas as obrigações materiais que lhe estiverem afetas, executando-as com exata noção dos seus deveres espirituais. Ele é uma criatura que não se locupleta com o patrimônio estranho, não extorque, não subjuga, não humilha, a todos tratando com urbanidade, consideração, respeito e cristãmente.

As oportunidades de que se serve, quando valiosas, não lhe alteram os hábitos, não lhe modificam as atitudes, não o envaidecem. São seres conscientes e esclarecidos. Sabem que a sua passagem pelo mundo, tantas vezes quantas forem necessárias, obedece a um plano construtivo de valorização e de crescimento espiritual.

Uma introspecção apurada concernente ao preconceito, despojando fronteiras espirituais, agregando valores supremos.

Preconceito é o conceito formado sem fundamento razoável. É o caso, para exemplificar, do preconceito racial. Estabelece-se que esta ou aquela raça é inferior ou superior, e daí nasce uma falsa superioridade ou um complexo de inferioridade. A cor da pele não representa a cor do espírito; esta varia conforme os seus atributos reveladores do grau de evolução, ao passo que aquela é uma condição da matéria, exclusivamente, e com a matéria fica na Terra depois da desencarnação.

Não há espíritos de brancos ou de negros, ou de amarelos, muito embora as raças correspondam a agrupamentos que processam a sua evolução em conjunto, debaixo de certas circunstâncias específicas, e que possuem uma natureza espiritual que é, aproximadamente, comum a todos os seus membros.

É grave erro, porém, menosprezar esta ou aquela raça, desdenhar do indivíduo que pertença a um grupo racial injustificavelmente tachado de inferior. Para corrigi-lo, é comum o seu autor vir, na próxima encarnação, a possuir um corpo racial idêntico àquele que menosprezou. Terá, então, de sentir na própria carne, para abatimento do seu orgulho, a humilhação com que pretendeu ferir ou feriu o seu semelhante.

Esse fato se dá, não por represália ou castigo, mas pela necessidade de destruir-se no espírito aquele defeito pernicioso – o orgulho que entrava a evolução. É o próprio desdenhador que, quando em seu plano astral, deseja sujeitar-se a essa prova, consciente da sua indispensabilidade e certo de que será o melhor meio de depurar-se da revelada inferioridade. Por isso, numerosos negros foram brancos desdenhosos em encarnações anteriores, aí estão na sua faina depuradora e voltarão a ser negros quantas vezes forem necessárias, até ficar reduzido a zero o seu preconceito racial, velado ou ostensivo.

A evolução dos indivíduos processa-se, regularmente, na esfera de cada uma das raças. A criatura, no ambiente da sua própria raça, colhe as experiências que lhe estavam reservadas naquele meio. Não se deve procurar fugir às determinações imperativas de cunho expressivo, como sejam as de bem cumprir-se a tarefa no posto em que se tenha colocado. Assim, cada qual, na sua raça, tem a sua tarefa específica.

Não há também razão para recriminar-se alguém pelo fato de haver-se unido a outrem que não da mesma raça. Pode dar-se o caso de serem, ambos, almas afins que se encontram e têm ligações remotas de afetuosidade recíproca; podem ser criaturas integrantes do mesmo grupo espiritual esporadicamente encarnadas em corpos de raças diferentes. Estes terão de enfrentar a corrente desdenhosa do preconceito racial, enquanto ela existir. O normal é unirem-se as pessoas da mesma raça, por isso que, antes de encarnar, escolheram aquela que melhor deveria servir-lhes, incluindo-se, nesse plano, a constituição da família, sem quebra da tradição racial.

As diferentes raças podem e devem elevar-se por si, valorizando-se, cada vez mais, através do esforço próprio, da dignidade pessoal e da capacidade, que é inata no indivíduo. Não há motivos para que as raças branca, amarela ou preta não alcancem cada qual o seu apogeu, uma vez que espiritualmente são compostas da mesmíssima essência espiritual, que é a fonte única de emanação, da Força Criadora.

Acontece que as raças podem evoluir umas mais rapidamente que outras, ou ainda, que umas são mais antigas do que outras, na contagem dos milênios decorridos. Isso, no entanto, não dá direito a ninguém de fazer pouco daqueles que se encontram na vida em condições menos favoráveis, em conseqüência do seu estado de menor evolução.

Todos são partículas da Inteligência Universal, pertencem à mesma família cósmica, marcham para o mesmo fim e são detentoras das mesmas heranças espirituais. Por isso, qualquer espírito, se isso for necessário ou útil à sua evolução, pode reencarnar várias vezes em cada uma das raças existentes no globo; esse fato não impede que alcance a evolução máxima, da mesma maneira que outro, que não tenha feito tais incursões raciais.

A falta de espiritualidade faz com que as criaturas, imersas no oceano do materialismo, pensem que a alma nasce juntamente com o corpo humano ou físico, e, portanto, a criança, ao vir ao mundo, se é preta, terá a alma preta, se branca, a alma branca, e assim por diante, com respeito a cada raça. Essa é a concepção da maioria daqueles que nada sabem e nem querem saber sobre a verdade a respeito das reencarnações.

É evidente que se a alma não reencarna, mas nasce, com o embrião, no ventre materno, então aquela “lógica inverossímil” que induz à crença de que a alma tem a cor do corpo a que pertence, simboliza, com exatidão, a concepção materialista reinante. É nessa imagem que se apóia o preconceito racial. Quantos são aqueles que, menosprezando um ser de raça tachada de inferior, estão humilhando o espírito de quem, em outras vidas, poderia ter sido a sua mãe, a sua irmã, filha, ou outro ser afim! O materialista e o religioso nunca pensam nisso, porque esse fato verdadeiro não ocupa lugar em suas mentes, pois tanto um como o outro, se mantém completamente alheios ao que se passa na esfera dos acontecimentos espirituais.

Não conhecer, na sua pureza, na sua sabedoria, na sua maravilhosa idealização, a lei das reencarnações, é ter ante os olhos uma venda que impede ver a luz solar. Nos países em que a religião exerce poder quase fanático, é também onde a idéia do preconceito racial tem as suas raízes mais profundas. Ali, o preconceito racial assume proporções escandalosas, que chegam a envergonhar. Graves conseqüências irão trazer para os seus autores, as atitudes injuriosas emanantes do preconceito racial.

Outra faceta do preconceito, é a de que as suas manifestações não se acham revestidas de um princípio de lógica, e descambam, não raras vezes, para a superstição. Assim, exemplificando, o receio do número 13 é um preconceito, uma superstição. Logo, o preconceito também resvala pela mística, e leva a criatura a formar imagens mentais fantasiosas. É necessário, pois, eliminar o preconceito de todas as cogitações, para tudo ser encarado de forma real, racional e profunda, sem se deixarem levar as pessoas por idéias preconcebidas, de nula substância. O preconceito decorre de um hábito de ver as coisas de um ponto que fornece ângulo estreito de visão, com ausência plena do consenso espiritualista, o qual se contrapõe a qualquer ilusão ou forma irrealista.

O preconceito limita a liberdade, tolhe a criatura e exerce uma ação dominante sobre o seu espírito. Todos precisam ser livres, espiritualmente, conhecer a Verdade e viver sob a sua Luz. Os religiosos atêm-se, de um modo geral, a preconceitos, que se fundam na malícia com que encaram certos aspectos da rotina da vida. O preconceito sexual leva o sacerdócio ao celibato, de onde decorrem os mais lamentáveis males.

Em lugar da educação sexual necessária e racional que o ser humano deve impor a si mesmo, procuram envolver os problemas do sexo, por simples preconceito, num mistério vergonhoso e inabordável. É este um preconceito tão arraigado na alma humana, que só com o tempo poderá ser estirpado.

O que há é malícia, preconceito e falta de compreensão elevada. O vício e a vergonha que ele pode causar são motivos pelos quais a criatura se abstém de penetrar nesse terreno, mas isso porque desde pequena vem sendo conduzida de maneira a não enfrentar, com naturalidade e higiene mental, o problema sexual. Meninos e meninas devem receber dos seus pais e dos professores o ensinamento capaz de orientá-los, varrendo da mente o mistério e instruindo-os a respeito da perpetuação da espécie, como um ato sublime, criado pela própria Inteligência Universal. Assim se dará um golpe de morte no preconceito, as mentes se comportarão higienizadas e os vícios serão substituídos pela virtude inata, que está latente em todo indivíduo. É o animalismo humano, ou o instinto animal do homem, aflorado, de modo mais ou menos exacerbado, que convida ao abuso e ao vício. Deve-se reconhecer que o instinto animal inferior, atuante no homem, perde a sua exaltação inquietante, incontrolada, decrescendo com o desabrochar da espiritualização, que traz outras recompensas acentuadamente valiosas.

O preconceito está intimamente ligado ao fato de não contar o indivíduo com lastro espiritualista, pois há uma série de recursos que o eliminam, no campo da espiritualidade. Cai o preconceito com a marcha do indivíduo para cima, para planos mais altos da espiritualidade, em que a fraternidade se expressa de maneira ampla e digna, compreensível e amorável, verdadeira e leal. Para cada criatura, a morte do preconceito está marcada, porque a evolução é uma das leis da natureza e ninguém pode deixar de fazer, abandonando os costumes perniciosos, para aceitar novas concepções de vida e de amor.

23 de março de 2010

Uma reflexão expressiva atinente ao atributo da Razão atrelado a faculdade da ponderação.

O raciocínio conduz a criatura a soluções racionais, pois quem raciocina pensa, argumenta, compara, deduz e conclui. A faculdade de raciocinar é inerente ao ser humano e o habilita a conjeturar com lógica. O critério é o resultado do trabalho do raciocínio bem orientado. O indivíduo criterioso é sensato, ponderado, firme e seguro nas suas conclusões. As vacilações desaparecem diante do critério sereno e imparcial.

Enquanto há criaturas que pouco uso fazem do raciocínio, optando por soluções desavisadas e levianas, outras existem também que apóiam as suas decisões no vigor do raciocínio, nada resolvendo sem submeter todos os problemas ao exame dessa faculdade. A prática do raciocínio deve repousar em exercício sistemático, em que, em lugar de serem considerados os fatos superficialmente, pela rama, pelas exterioridades, se aprofundem no estudo das questões, investigando todos os ângulos, separando os prós dos contras, medindo-os, até dissecarem toda a matéria em apreciação. Esta é a maneira de se encontrarem a razão e a justiça no interior dos fatos.

A palavra racionalismo é derivada do vocábulo racional, surgindo ambos da aplicação do raciocínio, que se deseja sempre claro e conciso. Quanto mais se raciocina, mais se aprende, porquanto se extrai dos assuntos toda a substância assimilável capaz de aumentar os conhecimentos. Os cientistas são pessoas que chegam com o seu raciocínio às minúcias, estendendo-se, em suas pesquisas, em todas as direções, ganhando assim profundidade, altura e amplidão, sempre que devassam uma área em estudo. Por isso, descobrem e inventam.

A criatura que se habitua a raciocinar erra menos do que aquela que, afoitamente, vai resolvendo ou complicando as suas tarefas. Há quem tenha preguiça de raciocinar, e os maus efeitos dessa indolência não se fazem esperar. Se o ser humano chegou a conquistar o atributo da faculdade superior de poder raciocinar, não deve, de modo algum, desprezar tal conquista como se ela não tivesse valor.

Se os erros campeiam tão abundantemente pela Terra, pode-se afirmar que a sua causa principal é o descaso pelo uso do raciocínio, que leva os seres a atuarem precipitadamente, sem a indispensável prudência e moderação.

Por falta de raciocínio penetrante, deixa-se de reconhecer a verdade da lei da reencarnação. Veja-se, fora dessa lei, se há explicação racional para um nascer nababo, em berço de ouro, em palácio, cercado de abundância, enquanto outro nasce, filho do mesmo Criador, para viver miseravelmente, desprovido de todos os bens; enquanto uns se apresentam com uma inteligência fulgurante, sábios, cientistas, virtuoses, poetas, escritores brilhantes, outros são desprovidos de intelectualidade e têm dificuldade de aprender coisas elementares. Uns desfrutam, outros amargam a vida.

O raciocínio, a lógica, a razão esclarecida mostram como essas citadas discordâncias se justificam, à luz do espiritualismo. No entanto, preferem os indiferentes à verdade espiritual não se aprofundar na questão, não usar convenientemente o raciocínio, para não terem de reconhecer a real e dura situação em que se encontram no cenário tumultuoso da vida.

O raciocínio representa uma chama a iluminar os passos de cada um. É pelo raciocínio que se descobrem os perigos, os riscos, quando se toma este ou aquele rumo. Os que não raciocinam com acerto sobre o processo reencarnacionista estão perigosamente andando por caminhos incertos, sujeitos a sofrer as conseqüências. Todos se devem convencer que é aqui mesmo, na Terra, o lugar para onde voltam, em circunstâncias dolorosas, para renovar a lição não aprendida. É aqui que as criaturas podem fechar os olhos e melhor combater muitas falhas às quais não costumam dar importância, confiadas na promessa do perdão.

Não fossem suficientes todas as provas existentes que evidenciam a lei da reencarnação, ainda se poderia contar com esse poder demonstrativo, que tem os seus fundamentos na força do raciocínio, faculdade que, bem utilizada, produz certeza e convicção, e por esse meio é possível chegar-se aos mais seguros resultados.

O estudo facilita o desenvolvimento do raciocínio. Os que raciocinam bem, sem demonstrar grande erudição, dão sinal de que se estão valendo da bagagem que trouxeram de vidas anteriores, quando acumularam cultura. Para raciocinar bem é indispensável saber ordenar os pensamentos e desenvolvê-los cronológica e dedutivamente. São as ciências matemáticas as que melhor coordenam os elos de uma cadeia e permitem armar o problema numa equação de possível solução.

A criatura em geral não se lembra do que aprendeu nas vidas percorridas, mas o desenvolvimento que obteve manifesta-se, parcialmente, de vários modos, inclusive nesse de raciocinar bem. Os exercícios de concentração também concorrem para expandir o raciocínio. Tome-se um tema, fixe-se nele o pensamento, penetre-se profundamente na matéria, procurando dissecá-la ao máximo e tirando e retirando todo conhecimento que possa oferecer. Com esta prática, ver-se-á quão numerosos são os elementos constituintes de um tema aparentemente banal.

Vencem melhor na vida os que raciocinarem com mais acerto e souberem argumentar racionalmente. Quando o indivíduo puder apresentar proposições inquestionáveis estará em condições de levar de vencida a sua causa. Os que possuem o dom de convencer são aqueles que dispõem de uma capacidade ampla de raciocínio. Todos podem conseguir essa capacidade, desde que se resolvam a desenvolvê-la.

No plano da espiritualidade, não se pode deixar de raciocinar. O joio terá de ser separado do trigo à custa de raciocínio. O “crê ou morre” já foi uma sentença atroz, nos tempos do Santo Ofício.

Infelizmente, algumas seitas ainda a conservam: são aquelas que afirmam haver Jesus vertido o seu sangue na cruz para os salvar. Os que crerem nessa afirmativa estarão salvos do inferno, mas os que não crerem receberão a condenação eterna. Eis a sentença viva do “crê ou morre”! Para esses, quem crê não precisa raciocinar, mas apenas crer. O espiritualista não crê, simplesmente, mas vai além: ele sabe, conhece, tem convicção, através das revelações cabais e do raciocínio. Por falta de espiritualidade, de raciocínio, há os que crêem na existência do inferno, do céu, do perdão. Por isso, a situação espiritual do mundo é deplorável, por causa do raciocínio escasso. Os que crêem no perdão são os maiores responsáveis pela degradação moral que se observa, e podem, segundo pensam, praticar crimes, abusos e toda sorte de delitos, porque no fim o perdão lava tudo. Em tal cenário encontram-se os indivíduos que apenas crêem. Quando o raciocínio conduz a conclusões que desagradam, preferem não raciocinar.

O Racionalismo Cristão é doutrina que exalta a força do pensamento, o valor do critério, o poder do raciocínio. É seu lema raciocinar sempre, da melhor maneira possível. O raciocínio esclarece, ilumina, representa uma segunda visão. Não se deve restringir o conhecimento somente ao que se vê com os olhos físicos, mas ainda perceber o que a luz do raciocínio desvenda. Para isso se dispõe dessa faculdade, a fim de fazer-se bom uso dela.

Muito embora todos pensem que sabem raciocinar bem, a realidade é que muitos raciocinam mal, sem base e sem lógica; notam-se, nesses, a falta de profundidade nas suas argumentações e a fraqueza das suas conclusões. Para bem raciocinar, é preciso ter adquirido o tributo correspondente, que não se forma de um momento para outro. Em cada vida, em cada encarnação, há necessidade de esforço para acumular cabedal que o raciocínio precisa. Os que não procederem desse modo perdem um tempo precioso, que muita falta lhes vai fazer em futuro próximo, quando verificarem o que deixaram de conquistar nesta existência, com o fim de melhorar a sua capacidade de raciocínio. Substitua-se a crença inexpressiva pelo raciocínio lógico, concludente, assimilável, pois as recompensas dessas permutas se farão sentir.


22 de março de 2010

O bem maior está na evolução espiritual, agregando ao capital humano um acervo inalienável de virtudes.

Os valores de qualquer ordem de cunho material, perdem a sua grandeza diante do capital humano, representado pelo espírito, que é o valor máximo da natureza. O capital humano deve, pois, ser tratado com o maior desvelo, com a mais profunda dedicação, com um cuidado total.

As obras meritórias, os serviços de filantropia, os esforços para a recuperação do homem, visam proteger, resguardar esse imenso valor constituído pelo capital humano. As guerras representam o maior flagelo da humanidade, porque o que elas destroem de mais precioso é o homem.

Uma nação floresce, civiliza-se, enriquece o seu patrimônio científico, impõe-se pela literatura e pelas artes, na medida do valor dos seus filhos. Estes podem representar maior ou menor riqueza na sua constituição, conforme o trato que se lhes der em particular, porque é com a sua união que se forma aquele capital.

Se todos os indivíduos forem tratados com a mesma dedicação e puderem usufruir idênticas regalias, os componentes de uma nação atingirão os mais altos níveis de desenvolvimento. Para se dar substância real ao capital humano, nada é mais necessário do que fortalecer o indivíduo, instruindo-o, preservando a sua saúde, alimentando-o racionalmente e imprimindo em sua vida os ditames da moral.

É preciso fazer prevalecer na comunidade o espiritualismo como ponto básico, fundamental, para o arejamento e higienização das mentes e a boa formação moral dos seres encarnados. Observada a disciplina espiritualista, as demais regras humanas, superiorizadas, se sucederão na prática, emanadas dessa fonte inesgotável de princípios elevados, salutares e justos. É preciso enveredar pelo caminho da espiritualidade para sanear o modo de viver.

A valorização do homem é reconhecida pela demonstração do seu caráter, da sua honestidade, da sua operosidade, iniciativa, capacidade produtiva, inteligência cultivada e benignidade. O capital humano é formado da soma dos valores dos seres conscientes, capazes, e quanto maior for o número deles tanto mais grandiosa será a sua importância. Sendo a maior riqueza de uma nação, o capital humano deve ser desenvolvido ao máximo, criando-se meios para a sua consumação.

Todo esforço, todo dispêndio empregado no apuramento do potencial humano não é demais, pois a riqueza que ele desenvolverá é incalculável. Cada nação, enquanto todas elas não tiverem um só governo para uni-las fraternalmente, como seria o ideal, precisa possuir, para maior êxito das suas administrações, um critério rigidamente consolidado no princípio da valorização do homem.

As nações que melhor levarem a efeito a arte de retirar do homem o máximo da sua capacidade útil, fornecendo-lhe o correspondente incentivo, o preparo mental e espiritual, estarão contribuindo, poderosamente, para a conquista dos mais elevados objetivos da vida. As várias formas político-doutrinárias que orientam os povos ressentem-se de falhas que não as deixam alcançar aquele padrão de vida a que o ser humano aspira e não sabe como encontrar.

O regime democrático, com a sua liberalidade sublime e a generosa liberdade que oferece, não se torna ideal sem o concurso da espiritualidade. É no regime da democracia que proliferam, à sombra da liberdade, os gananciosos, os tubarões da economia popular, os aventureiros dos lucros fáceis, os usurpadores, os agenciadores dos trustes, os ladrões de colarinho branco, os cavadores inescrupulosos, os vigaristas, os difamadores, os canalhas da imprensa marrom, e todos aqueles que fazem profissão das técnicas que se encontram arroladas nos compêndios da velhacaria, da traição, nos atos praticados pelos trapaceiros e crápulas, em toda a sorte de atributos negativos. Para estes, a democracia é o regime ideal, por conceder todos os meios que facilitam as suas práticas criminosas.

O totalitarismo materialista elimina, pela força, quase toda a ação desses delinqüentes, mas não os reforma, apenas os contém, amordaçados pelo poder discricionário e absolutista. Explora materialmente o capital humano, conseguindo desse capital ótimos resultados. Nesses dois regimes citados, em parte antagônicos, o que falta é, apenas, um elemento intrínseco de influência vital, insubstituível, fundamental: a força espiritual.

As duas ideologias podem sofrer impactos dos mais funestos, sem a garantia da vitalidade espiritualista. Não se omita, contudo, o que elas contêm de aplausível nas suas essências. A liberdade de pensamento e de ação figura como um ideal dentro da democracia, o que representa para o ser humano uma reivindicação constante e ardente. A forma dirigida de apurar e desenvolver o capital humano constitui uma regra no totalitarismo, com o que o fenômeno da miséria pode ser superado.

Ambas as doutrinas têm as suas virtudes, e a tarefa humanitarista está em reunir, num só programa essas virtudes, sob o patrocínio dos princípios espirituais.

Em Planos Superiores, ninguém pode burlar ou enganar, escondendo intenções condenáveis, não há lugar para a delinqüência, e, assim, não precisa haver uma força de contenção da prática do mal, do abuso e da indisciplina, com o cerceamento da liberdade. A liberdade é ali respeitada, sem coação, porque o estado de consciência está de tal modo alertado, e as reservas íntimas são de todos tão conhecidas, que ninguém pensa em arquitetar planos que redundem em abuso da liberdade.

Na Terra, poderá o engenho político aproximar-se daquele padrão, tomando-o como modelo, desde que os preceitos da espiritualidade figurem na sua composição, fato que se consumará por encontrar-se na linha da evolução. Um socialismo inspirado em normas educativas da sensibilidade do espírito, em que a moral substitua todas as práticas egoísticas em voga, é uma medida salvadora para a humanidade.

O capital humano, tratado com sublimação de vistas, alcançará os mais altos píncaros da glória, em evolução acelerada. Por onde se vê que os graves problemas que agitam o mundo estão na dependência, para uma feliz solução, de entregar-se o povo aos estudos sérios do viver eterno, em marcha decidida pelo caminho da espiritualidade.

Urge dar-se um passo à frente nesse sentido. Os que tiverem ao seu alcance as obras racionalistas cristãs dispõem de precioso meio para fazer desabrochar todos aqueles valores internos que aguardam apenas uma ordem, uma demonstração de interesse, para se manifestarem e transformarem a sua razão de viver.

Procure-se meditar no imenso valor das riquezas espirituais que cada um possui, e nas melhores maneiras de as aproveitar. A coletividade precisa imensamente que cada indivíduo desenvolva os seus recursos ainda não revelados, mas reais e presentes nos recônditos da alma.

O capital humano é a soma do capital espiritual dos seres componentes da humanidade. A Força Criadora envolve o capital real de todos os seres do Universo. De tudo quanto se sente na órbita espiritual, é esse capital que prevalece. Assim, cuidar da vida espiritual e a ela se dedicar é dever de todos. Quanto mais evoluída estiver a criatura, melhor compreende essa obrigação.

Substituir os atributos negativos pelos positivos é o processo normal da evolução. Para tanto, devem ser afastados os esmorecimentos. As vantagens decorrentes são indescritíveis. Para atingir esse resultado, ninguém precisa ultrapassar as suas próprias forças, pois todos os requisitos estão latentes no espírito de cada ser, por tratar-se de uma riqueza oculta no recesso da alma, que se deseja manifestar. São as vibrações baixas dos sentimentos inferiores que estão encobrindo e contendo essa riqueza, bastando que a força de vontade imanente em toda a criatura se imponha, para fazer revelação.

21 de março de 2010

Os indivíduos de vida equilibrada procuram, por todos os meios, evitar atos de leviandade.

Os indivíduos de vida equilibrada procuram, por todos os meios, evitar atos de leviandade. Para isso, é preciso controle de raciocínio, senso alto de responsabilidade, hábito formado de respeito ao próximo, acatamento invulnerável à dignidade humana.

Alguns cometem atos de leviandade simplesmente por desleixo, por abandono de si mesmos a um vago modo de encarar os panoramas da vida terrestre. A criatura pode mostrar-se leviana na maneira de se pronunciar e de agir. Ao expressar-se, nunca deve ofender a moral com conceitos repudiados pela sociedade, numa liberdade de linguagem comprometedora dos bons costumes.

Quanto ao modo leviano de agir, os conseqüentes agravos para a alma são ainda maiores. A decomposição dos lares tem a sua origem, quase sempre, em atos levianos. De leviandade em leviandade, chega-se à corrupção, se não houver uma reação pronta e contrária que altere o rumo dos acontecimentos em marcha. Nem todos andam preocupados em não cometer atos levianos; se a oportunidade passar ao seu alcance, não deixam de aproveitá-la, afundando-se, em seguida, na lama da concupiscência.

Nenhum ser, antes de encarnar, deixou de trazer consigo o propósito de não cair na fraqueza da leviandade, em cuja armadilha só se prendem os que não fazem uso dos poderes espirituais inatos que, em qualquer tempo, se quisessem, poderiam deles se valer. Se as leis espirituais permitissem que as criaturas encarnassem sem possibilidade de se defenderem, com êxito, das artimanhas do mundo, seriam insensatas. Como, no entanto, ninguém pode admitir esse absurdo, fica evidente que os que caem, que baqueiam, que se afundam no trajeto da existência terrena, são vítimas de si mesmos, da sua falta de atenção, da indolência mental que adquirem com o mau uso do livre-arbítrio.

Viver despreocupadamente, como se não tivessem obrigações nem deveres, só porque o dinheiro lhes dá o que o desejo sugere, é mal de muitos, e desse engano terão de sair, para o seu bem, à custa de lições apropriadas que o futuro se encarregará de dar. É justamente dessa despreocupação que surgem os momentos perigosos, quando o indivíduo escorrega no limo da leviandade.

Qualquer ato desonesto é leviano, e atesta insanidade moral e incapacidade voluntária de reagir contra a decomposição que se opera no patrimônio espiritual do ser. A leviandade é destruidora, negativista, desmoralizadora. Para vencê-la, a criatura precisa colocar-se em posição contrária a ela, sem se descuidar, sempre alerta, para não ser surpreendida por lances furtivos e imprevistos.

A reeducação do espírito se faz pela leitura e meditação. Leiam-se obras escolhidas de cunho espiritualista, como as que o Racionalismo Cristão oferece, ponha-se em prática o que se aprender, a única maneira de se atingirem os resultados desejados. Aqui estão focalizados os efeitos maléficos da leviandade, doença psíquica incômoda, perniciosa, devastadora. O indivíduo leviano é boicotado, afastado, inutilizado. Os que sentem a inferioridade do estigma leviano não querem familiaridades com seres dominados por essa falha. A aproximação do leviano traz o risco de causar prejuízos, desgraças, desgostos e sofrimentos.

A leviandade é uma debilidade moral que se formou geralmente em encarnações distantes, sem ser combatida durante muito tempo, dando, como resultado, fixar-se na alma com traços mais ou menos fortes. A terapêutica espiritualista, que não foi aplicada nos séculos passados, é que pode dar cabo desse desequilíbrio psíquico, pelo escasso conhecimento dessa disciplina. É uma leviandade incutir no espírito das criaturas idéias falsas de céu e inferno, com o subalterno intuito de, à custa de dinheiro, exercitarem ofícios que, enganosamente, promovam ou a entrada nesse céu fantástico, ou o esquivamento do terrífico inferno.

A leviandade impera por toda parte, na razão direta da ausência da espiritualidade. Por isso, estão cheias as prisões e são precisas legiões de policiais para manterem a ordem, a fim de evitar maiores desatinos provocados por atos levianos. O indivíduo deverá habituar-se a pensar antes de falar, antes de agir, sempre afinado com o desejo de ser agradável e útil ao seu semelhante, em lugar de empregar termos grosseiros, vulgares.

Cada um deve procurar educar-se a si mesmo, sem necessidade de esperar que outros lhe apontem as falhas. É necessário ver onde está o erro na sua conduta para, então, tratar de suprimi-lo. O leviano traz consigo a forja em que se manipulam os erros. É possível ao leviano deixar de o ser, corrigindo energicamente o seu modo de proceder. Basta que se disponha a não mais ser leviano, e essa decisão firme será uma barragem, um obstáculo de oposição a esse mal.

O ser, como partícula inteligente que é da Força Criadora, tem em si atributos que podem ser utilizados para o bem, bastando que se disponha a fazer uso deles: são a força de vontade, a coragem, a capacidade de controle, o valor, a independência moral, o caráter, a nobreza de sentimentos e a vocação espiritualista. Desde que esses atributos estejam sendo usados com o fim de desenvolvê-los, não haverá mais leviandade que se possa manifestar.

Uma vez que se saiba que os atos levianos produzem manchas no espírito que precisam ser lavadas depois, quase sempre em outras vidas, com dores morais cruciantes, não se justifica que a criatura, por teimosia ou indiferença, queira manter-se nessa falsa posição que lhe trará tão angustiantes transes em caminhadas futuras.

A vocação para seguir pelo caminho da espiritualidade todos possuem, porque todos são espíritos; o mal está em que muitos não querem reconhecer essa verdade e preferem só acreditar naquilo que podem apalpar, presos a um conceito puramente materialista, que é o principal responsável pela incidência da leviandade. Sob todos os aspectos, só há segurança para os que se encontram encarnados se não formarem um cabedal de falhas e erros evitáveis e se decidirem a viver de acordo com as normas espiritualistas muito bem codificadas nos verdadeiros princípios cristãos.

O Racionalismo Cristão possui tais normas codificadas em suas obras. Ninguém, que as ponha em prática, deixará de aproveitar integralmente a sua encarnação, porque não criará nódoas para limpar no futuro e, ao penetrar no seu mundo de luz, após o desenlace físico, terá a satisfação de ver cumpridas as suas obrigações terrenas e resgatados os seus compromissos. Esse fato lhe proporcionará meios de alcançar o nível imediato e superior de evolução.

Quando for incapaz de cometer atos levianos e tiver fortalecida a sua estrutura espiritual por outras práticas de valor moral, a criatura poderá fazer jus a prosseguir na sua rota evolutiva, em meios mais adiantados, amenos, em que desfrute de maior felicidade. Esses alvissareiros informes não devem ser desprezados, pois, se todos andam em busca de maior felicidade, nada mais razoável do que aceitar o caminho que se lhes indica, para satisfazerem as suas aspirações.

O que profundamente se deseja é que todos encontrem essa almejada felicidade, e que não seja mais preciso usar o sofrimento como meio de conduzir os seres ao espiritualismo, e mais: que os ensinos da moral se concretizem na Terra e todos possam estimar-se, viver em congraçamento, fraternalmente unidos, solidários, com amizade, respeito e amor. Por isso é que afirmamos que a felicidade existe.


Nada se deve levar a fio da espada. É preciso cultivar o raciocínio e ponderação, convivendo bem com o semelhante

Neste mundo, nada deve ser feito sem que antes seja bem pensado. Os pensamentos firmes dão segurança, a criatura faz o que projetou, e depois tem a confirmação de que agiu com acerto. Quando há vontade forte e pensamentos firmes, voltados para o cumprimento do dever, é possível realizar o que se idealiza, no momento oportuno.

Procurem se esclarecer com a explanação dos nossos princípios, através da leitura dos livros editados pelo Racionalismo Cristão. Procurem lê-los, compreendendo o seu conteúdo. Quando a pessoa tem vontade de aprender o que a Doutrina ensina, prestando atenção nessa leitura, ela desdobra-se, se esquece de si própria, porque está sob a ação daquela leitura. Não se deve ler com a mente cansada, resultante da luta pelo viver terreno. É fundamental que se leia no recôndito do lar, em momentos de calma, de tranqüilidade, que todo ser humano disciplinado deve ter. Nesses momentos de quietude, o seu espírito irradia, e estará em condições de ler, com muita atenção.

Devagar e sempre, a pessoa inteligente encontra-se a si própria, desdobrando-se, porque o espírito encarnado é força que atrai força, sendo então irradiado para o cumprimento do dever. Mas, para que isso ocorra, é preciso haver honestidade a toda prova, ter um viver limpo e sadio, compreensão, tolerância e renúncia.

Nada se deve levar a fio da espada. É necessário ter calma. É preciso raciocinar muito e saber conviver com os semelhantes, para não haver perturbações nem sofrimentos que possam alterar a boa marcha da vida. São ensinamentos que o Racionalismo Cristão oferece à humanidade, através dos livros publicados e das palavras amigas proferidas pelos presidentes em nossas Casas. São palavras cheias de valor, de compreensão, de amor pela humanidade, voltadas para o seu esclarecimento, a fim de que os seres humanos tenham a satisfação interior a que nos referimos, galgando novos patamares espirituais por seu próprio esforço.

Portanto, procurem esclarecer-se cada vez mais, porque todos os dias aparecem novas informações, uma vez que a vida não pára. Nessa evolução total, é preciso que se ofereçam amplos conhecimentos espirituais à humanidade, para que desperte, para que venha às mentes, desafiando o raciocínio, a resposta à indagação tão comum: "Por que não coloquei esses princípios em ação? Já era para ter feito isso há mais tempo! Parece que estou dormindo acordado".

Assim é a vida. Procurem compreender a razão de ser de tudo que lhes acontece, do amanhecer ao anoitecer. É preciso valorizar os momentos iniciais do dia, quando vem raiando, porque há maior clarividência nos pensamentos, facilitando o cumprimento dos deveres na vida material. Para isso alcançar, basta desenvolverem a espiritualidade, mediante os esclarecimentos proporcionados pelo Racionalismo Cristão.

Estudem a Doutrina e estarão estudando-se a si mesmos, progredindo espiritual e materialmente, o que trará tranqüilidade e felicidade para si próprios e para a família. Procurem respeitar a família, amparando-a, confortando-a, proporcionando aos seus componentes o que for necessário, para que se sintam protegidos, em harmonia e paz espiritual.

Quando entrarem nas Casas Racionalistas Cristãs, procurem pensar somente nas explanações realizadas. Esqueçam a vida material de lutas, para se refazerem, sentindo o bem-estar espiritual proporcionado pelo desdobramento dos princípios doutrinários.

A harmonia faz falta entre os homens. Haverá harmonia quando houver pensamentos elevados. Não querendo mal a ninguém, não permitindo que a maledicência e o sentimento de inveja se aproximem de suas mentes, procurando sempre realizar ações elevada e com propósitos enobrecedores.

20 de março de 2010

Parece haver um certo descaso em relação à marcha evolucionista do planeta,

Embora seja reconhecida a evolução alcançada materialmente em todos os campos das atividades humanas neste século, ainda nos deparamos com muitas pessoas que mesmo jovens, procuram negar-se a maiores esforços no caminho da vida, preferindo ocupar-se dos trabalhos mais fáceis e julgando penosíssima a luta para levantarem à maiores patamares suas próprias qualidades. Parece haver um certo descaso em relação à marcha evolucionista do planeta, pois todas as excelsitudes sejam morais, intelectuais ou espirituais, para serem alcançadas exigem uma luta verdadeiramente laboriosa.

Quando o filósofo Cícero, definiu o valor como uma grandeza de ânimo que torna o homem capaz dos maiores empreendimentos, não deixou de transmitir em suas palavras uma substancial lição, segundo a qual quem é verdadeiramente dono de si mesmo não se entrega à desconsolação ou ao abatimento diante das contingências da vida; ao contrário, por mais difícil que esteja a situação, sabe ele arrojar em seus braços as forças necessárias para a consecução dos objetivos em mira. Contratempos, embaraços, os açoites dos tormentos são por ele tomados como pontos de partida para novos esforços.

O Racionalismo Cristão, em sua profunda filosofia espiritualizadora, vem procurando mostrar ao homem que a iniciativa, a diligência, a exatidão e a pontualidade na execução do trabalho, o bom senso, o claro critério e todas as demais qualidades positivas do caráter constituem os valores mais apreciados. São qualidades dinâmicas, nunca encontradas nos néscios, nos preguiçosos, nos ineptos e nos incapazes de uma inovação que marque a transcendência do bom sobre o regular, do melhor sobre o bom, do excepcional sobre o melhor.

O espírito encarna neste mundo para progredir sempre, e esse progresso fica preterido quando ele deixa passar despercebidas as ocasiões de adiantar-se através do labor em que são mais complexas as preocupações suscetíveis de contribuir para o êxito ou a vitória do seu trabalho. Só mesmo a ignorância quanto à verdadeira missão do espírito neste planeta leva muitos a preferirem a comodidade de um trabalho mais fácil e até rotineiro a uma mais sacrificada luta para a realização de uma tarefa mais elevada; estes, se não preferem vencer sem combater, pelo menos querem conseguir o triunfo com pouco custo, portanto renunciando ao sacrifício que lhes proporcione um sucesso maior.

O estudioso desta doutrina deverá tirar suas próprias conclusões a respeito do quanto é importante conhecer as lições ministradas pelo Racionalismo Cristão, postergando toda espécie de preconceito, predestinação, discriminação, misticismo, fanatismo e demais pensamentos ínfimos, se pretende angariar conhecimentos que o levem a ter apreciáveis aptidões e extraordinários dotes intelectuais e espirituais dando expansão a sua capacidade de trabalhar e de progredir. De posse dos conhecimentos racionais, saberá manter a saúde do corpo e do espírito mantendo a alternância rítmica do trabalho e do descanso, pois tanto é prejudicial o excesso de atividades como também a excessiva ociosidade. Com método, ordem e disciplina nos atos cotidianos da vida, o homem se ajusta física e animicamente às suas próprias forças, colocando-se nas melhores condições de levar a cabo os empreendimentos de maiores vultos.


19 de março de 2010

A qualidade de vida do homem é produto do seu espírito altamente empreendedor, eminentemente criador e realizador.

O Racionalismo Cristão, ao transmitir ensinamentos claros e objetivos, tem a missão de mostrar à humanidade como governar melhor sua própria existência, considerando que as leis da evolução prescrevem um conjunto de conhecimento básicos e ninguém poderá ignorá-los, sob pena de tornar-se um inútil ou um nocivo à sociedade. Não há quem não possa afastar as trevas da ignorância para alcançar a luz dos conhecimentos racionais da vida, porque esse alcance está único e exclusivamente na segura resolução de cada um aprender as lições práticas e exercê-las na vida.

Todo homem é um espírito movendo um corpo físico no mundo terreno, é uma força capaz de derrubar ou contornar com eficiência qualquer adversidade; nesta firme convicção qualquer ser humano pode lançar-se radiosamente nas suas atividades, definindo-as como uma obrigação existencial, em que tem de empreender todos os esforços para a honrada satisfação de suas necessidades pessoais. Um homem esclarecido é senhor de si mesmo perante as adversidades, e não escravo das vicissitudes.

Assim sendo, está expressamente claro que a boa qualidade de vida de um ser humano depende da superioridade cultivada em seu espírito, em relação às leis da evolução. Quem superioriza a sua existência terrena, enchendo-a dos mais elevados sentimentos de amor à humanidade, ao trabalho, ao estudo e ao auto-conhecimento, não amesquinha a vida, ao contrário, infunde aos seus concidadãos uma forte esperança e deles acaba por receber vibrações anímicas fortalecedoras que o estimulam constantemente para frente e para o alto, por motivo de sua boa atitude mental, tudo lhe correrá bem.

A boa qualidade de vida de um homem, é o produto do seu espírito altamente empreendedor, altamente criador, altamente realizador. E todos os seres humanos podem munir o espírito dessas e de outras altas qualidades, desde que vençam o descaso, as canseiras, as depressões, as excitações passionais, esses fatores negativos tão inimigos da felicidade humana, e então, contra eles ter o supremo dever de acionar as próprias forças se quiser enquadrar-se numa marcha realmente ascensional.

Quando o ser humano tem extrema confiança em suas próprias forças e tudo faz para só se adaptar às boas condições de vida, nunca lastima a má sorte, pois vive sempre num atmosfera de otimismo que lhe fortalece cada vez mais a vontade e o entendimento. Deste modo, a consideração em si mesmo é cada vez mais acentuada, e não diminuta; ciente do respeito que deve a si próprio e à sociedade.

O Racionalismo Cristão é doutrina com a finalidade de ensinar homens e mulheres a voltar as costas a tudo que seja nefasto e desalentador, para que vislumbre um encalço virtuoso na existência. No estudo de seu propósito, homens e mulheres terão amplas oportunidades de ir descobrindo dentro de si a única força exponencial que os levará ao êxito em quaisquer ofícios. As pessoas de grande fortaleza anímica estão convictas dessa força e dela se servem como estímulo e impulso no progresso do mundo.

Mente liberta de receios, de preguiça, de dúvidas, de rancores e de outros sentimentos enfermiços jorra no homem uma atmosfera de coragem e de otimismo, que o incita a só ver para si e para o mundo um futuro cheio de significativas esperanças. Numa resoluta exemplaridade de conduta física e anímica, o homem governa bem o seu reino mental, abominando o caminho das vulgaridades percorrendo uma senda de virtudes excelsas.